São Paulo - A seleção brasileira caiu nas quartas de final da Copa América para o Uruguai e acumulou mais um fracasso dentre tantos nos últimos anos.

O Brasil deixou de ser o protagonista no cenário mundial e até no próprio continente. Sem ganhar uma Copa do Mundo desde 2002, a seleção está no sexto lugar das Eliminatórias e decepcionou mais uma vez nessa Copa América.

O recorte de apenas cinco anos, desde a Copa América de 2019, mostra que a CBF está perdida a dois anos da próxima edição da Copa do Mundo.

O Brasil perdeu a final da Copa América de 2021 para a Argentina em pleno Maracanã, um ano antes da seleção rival erguer a taça no Qatar.

Na última Copa do Mundo, a seleção de Tite caiu nos pênaltis, nas mesmas quartas de final, para a Croácia.

Sem Tite, a CBF do presidente Ednaldo Rodrigues prometeu Carlo Ancelotti, mas se ficou com Fernando Diniz e agora tem Dorival Júnior há seis meses.

As coisas ficaram ainda mais difíceis com a lesão de Neymar, que operou o joelho e é ausência por oito meses. Nomes como Vini Jr. e Rodrygo não conseguem ser decisivos.

Recordes negativos nos últimos cinco anos

O Brasil perdeu para o Uruguai, o mesmo algoz na Copa América, nas Eliminatórias. A seleção estava invicta contra esse adversário há 22 anos.

A seleção brasileira perdeu para a Colômbia pela primeira vez na história das Eliminatórias.

O Brasil foi derrotado para a Argentina no Maracanã, pelas Eliminatórias, acabando com a invencibilidade como mandante no histórico de confrontos.

O time canarinho perdeu três vezes seguidas nas Eliminatórias pela primeira vez. A equipe já leveu nessa edição mais gols (7) que em todas as eliminatórias anteriores com Tite.

Nesse período, a CBF ainda viu Ednaldo Rodrigues ser destituído do cargo e retomar o poder nos tribunais.

Na base, a seleção ficou fora da Olimpíada após 20 anos e caiu nas quartas de final dos mundiais sub-17 e sub-20.

O jogo

Após empate por 0 a 0 no tempo normal, os uruguaios venceram a disputa nas penalidades por 4 a 2. Éder Militão desperdiçou sua cobrança, parando no goleiro Rochet, e Douglas Luiz chutou na trave. Alisson pegou a cobrança de Giménez, do Uruguai, mas não foi suficiente.

A equipe comandada por Dorival Júnior, assim, sai da competição após uma primeira fase abaixo do esperado. Empatou por 0 a 0 com a Costa Rica na estreia, bateu o Paraguai por 4 a 1 na partida seguinte e empatou de novo, desta vez ante a Colômbia, por 1 a 1 na última rodada, e se classificou na segunda colocação de seu grupo, com 4 pontos.

Já a equipe comandada por Marcelo Bielsa chega às semifinais após uma primeira fase perfeita, com 3 vitórias em 3 partidas: 3 a 1 ante o Panamá, 5 a 0 contra a Bolívia e 1 a 0 sobre os Estados Unidos. O Uruguai agora enfrentará a Colômbia, na quarta (10), às 21h.

O primeiro tempo foi equilibrado neste sábado, com bastante disputa de bola e poucas chances claras. Na melhor dos uruguaios, aos 34 minutos, Darwin Núñez cabeceou, sozinho, dentro da área, para fora.

O Brasil teve duas boas chances parecidas, ambas com Raphinha. Na primeira, um minuto depois do lance de Núñez, ele recebeu e ficou cara a cara com Rochet, o goleiro adversário, mas chutou em cima dele. Na segunda, já nos acréscimos da primeira etapa, quase um replay, com a diferença de que ele praticamente dividiu com o uruguaio.

O segundo tempo começou com a mesma tônica –muita briga, disputa de espaço e pouca inspiração de ambas as equipes. O Uruguai abusava dos chutes sem direção de fora da área e o Brasil pouco chegava.

Aos 27 da segunda etapa, Nahitan Nández acertou a perna de Rodrygo e foi expulso. O árbitro Darío Herrera, da Argentina, conferiu o lance no VAR antes de tomar a decisão –antes, lhe mostrara o cartão amarelo.

Para tentar mudar o cenário da partida, o técnico brasileiro, Dorival Júnior, pôs Savinho, Andreas Pereira e Douglas Luiz em campo logo após a expulsão. Saíram João Gomes, Lucas Paquetá e Raphinha.

A partir daí o Brasil ficou mais com a bola, rondando a área uruguaia, mas sem criar chances claras. Depois, ainda entraram Martinelli e Evanílson, nos lugares de Rodrygo e Bruno Guimarães, mas o novo panorama não se alterou.