Na semana passada fui ao Maracanã para transmitir o jogo entre Fluminense e Internacional. E Richarlyson, ex-jogador do São Paulo, foi um dos comentaristas. Como hábito, chegamos sempre muito cedo e sobra tempo para boas histórias. E o assunto, ainda vivo naquele dia, era a pressão que os novos jogadores da Seleção Brasileira têm sofrido e Vinícius Jr. que, suspenso, não enfrentaria o Uruguai no último sábado.

A pressão sobre atletas de alto rendimento é normal em qualquer modalidade, e no futebol muito maior. E quando se fala de Brasil, imagine o quanto a camisa pesa pelo histórico vencedor que tem, além de ter tido, sempre, os melhores do mundo. Richarlyson atuou apenas duas vezes pela Seleção, mas entende que os jogadores não deveriam absorver essa pressão por uma história que não é deles, e sim construir um novo caminho a partir de agora. Essa Seleção, segundo ele, não vai ter um novo Zico, ou Romário, ou Ronaldo; e sim, um Vini Jr., um Raphinha, um Paquetá. E pronto.

E quando falamos especificamente de Vini Jr. é ainda mais delicado. Agora, sem Neymar, ele passa a ser o grande astro do time, mas não é o protagonista que o torcedor espera. Debatendo com Richarlyson, levantamos alguns pensamentos sobre a atualidade de protagonistas ao redor do mundo. E são poucos. E por serem poucos, o coletivo está sendo mais importante, como tem mostrado a Eurocopa com seleções menos expressivas sendo adversárias fortes, como Eslováquia, Áustria e até Suíça.

O Brasil sempre teve uma seleção de protagonistas e formava um coletivo forte. E como hoje não temos craques na mesma proporção, precisamos de um coletivo mais competitivo, o que ainda jogadores e torcida não entenderam. Para ressaltar esse exemplo, fácil lembrar Cristiano Ronaldo e Messi que foram constantemente cobrados para performar nas seleções o mesmo nível de seus times sem ter um coletivo no mesmo nível.

A força coletiva sempre vai potencializar o individual. E não o contrário.