O Comitê Olímpico Internacional trabalhou para algumas mudanças nos conceitos de competir para os jogos de Paris. O principal era a igualdade em gênero no número de atletas. Não foi possível. E não foi por discurso inicial e não cumprimento, e sim por índices não alcançados que acabaram não permitindo a igualdade pela primeira vez na história. Mas deixou mais viva a luta por igualdades maiores ao redor do mundo.

Pode parecer algo utópico buscar essa igualdade, mas é bom lembrar que há modalidades que levaram mais de 80 anos para haver participação feminina. E ainda há países que não permitem mulheres de praticar esportes, como atualmente no Afeganistão, que é controlado pelo Talibã. A igualdade em números nos jogos de Paris manda uma mensagem para o mundo sobre os direitos das mulheres.

A força feminina mostra sua grandiosidade com espaço. E só precisa de espaço e respeito. O Brasil, tão machista quanto muitas outras nações, recebeu um recado direto de Paris: só mulheres conquistaram medalhas de ouro. Só mulheres fizeram o hino brasileiro ser tocado. Só mulheres fizeram nossa bandeira ficar no centro das cerimônias de premiação. Só as mulheres voltaram douradas. E as mulheres foram responsáveis por 60% do total de medalhas conquistadas.

Paris se despede deixando muitas dúvidas para Los Angeles daqui a quatro anos, entre elas a de que se há a necessidade de igualdade em números é necessário também o mesmo equilíbrio de investimento de confederações ao redor do mundo.

As mensagens estão aí. E que não percamos tempo em ressignificar crenças para evoluir de verdade, como entender a importância que o maior número de medalhas olímpicas de um atleta brasileiro é de uma mulher. Parabéns, Rebeca.