Nas próximas duas semanas o futebol vai ter concorrência. Quadras, piscinas, tatames e outros palcos receberão a atenção do mundo todo em olhares atentos para Paris, com os Jogos Olímpicos. Os melhores atletas do planeta em uma única cidade. Homens e mulheres que desafiam recordes e limites para atingir resultados que testam o corpo humano.

Por mais que não haja paixão específica por alguma modalidade, só o fato de haver Brasil o tempo todo em destaque já cria uma predisposição para acompanhar. E vibrar. E torcer. E comemorar.

Somos favoritos em pouquíssimas modalidades, mas já é o bastante para acompanhar os pódios que irão surgir. Mas os Jogos Olímpicos têm despertado uma preocupação: o interesse dos mais jovens. As gerações nascidas no século passado tiveram mais acesso à prática esportiva na infância.

Houve o tempo em que a educação física era obrigatória em escolas e fazia com que esse contato com diversas modalidades despertasse paixões e práticas por várias décadas. Há um bom tempo essa disciplina não existe mais nas escolas. E tudo mudou, desde o surgimento de talentos ao envolvimento dos nascidos neste século. Por isso, skate e surf vêm com papel especial.

Estrelas vão brilhar novamente. Anônimos virarão celebridades. E tantos outros poderão aparecer para um planeta sedento por fatos inéditos. E tudo isso no cenário de Paris, que promete inovar desde a abertura até a sustentabilidade dos espaços. Tudo vai muito além de tempos, recordes ou medalhas, porque nunca é só esporte.

E é isto que precisa ser passado também aos mais jovens, o real contexto de uma grande competição e tudo aquilo que fica subliminarmente escondido por vitórias e derrotas. É hora de vivenciar momentos que podem nos dar sensações realmente douradas. Atletas do presente para manter vivas as chamas do futuro de um mundo competitivo que ultrapassa a importância das medalhas que cobrirão o peito de uma minoria, porque a maioria ainda continuará a competir na vida da sobrevivência por um brilho eterno.

Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do colunista não representa, necessariamente, a da Folha de Londrina