O torcedor do Corinthians está preocupado. A temporada que começou com uma nova diretoria e esperança de um ano melhor está em caminhada oposta. Péssima participação no Paulistão e um Brasileiro de assustar, dentro e fora de campo. Mas este torcedor não deveria se preocupar apenas com o momento, mas com os próximos anos do alvinegro.

Uma comparação com os grandes times brasileiros na atualidade dá para dimensionar o futuro sombrio que tem o Corinthians nos próximos anos.

Como a principal crise é financeira, não dá pra imaginar mágica. O Flamengo é o maior exemplo: Eduardo Bandeira de Mello ficou seis anos à frente do clube para modernizar a gestão e o colocar como o maior do país em faturamento e títulos no passado recente.

O Palmeiras teve o trabalho conjunto de rivais à frente da presidência para trilhar uma rota também vencedora e lucrativa. Não houve dissidência ou ruptura de mandatos, houve concordância que a entidade Palmeiras era maior que as rivalidades.

Atlético-MG e Cruzeiro são outros exemplos de que o caminho da reestruturação é longo. O primeiro já passou da crise e só briga por títulos; o segundo vai começar de novo após a troca no comando da SAF. Galo e Raposa são rivais, mas mostram que é preciso tempo e gestão e que o futebol não aceita mais apenas apaixonados por times.

Além de um bom planejamento seguido à risca é preciso apoio, o que o Corinthians está perdendo. Aliados estão indo embora, ídolos estão partindo e a identidade do time está se perdendo com tantas decisões confusas. A cada semana, uma notícia surge para abalar a paz interna.

Se não houver uma reprogramação de conceito urgente, a gestão seguirá sem rumo e a volta para uma rota vencedora será ainda mais longa.

Julio Oliveira é jornalista e locutor esportivo da TV Globo - A opinião do colunista não representa, necessariamente, a da Folha de Londrina