O valor gasto pelos paranaenses na compra dos presentes para o Dia dos Pais deve manter-se estável em 2024 na comparação com o ano passado. Levantamento sobre a expectativa de vendas para a data comemorativa realizado pelo Datacenso Pesquisa e Inteligência de Mercado a pedido da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) indicou uma alta de menos de 1% no valor do tíquete médio para a data, passando de R$ 206,83 em 2023 para R$ 208,17 neste ano.

A pesquisa ouviu 600 paranaenses em Curitiba e Região Metropolitana, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Guarapuava, Francisco Beltrão e Pato Branco e tem uma margem de erro calculada em 4%.

Entre os municípios pesquisados, Londrina teve o maior tíquete, com R$ 212,98 – 2,3% acima da média no Estado, mas menor do que o apurado em 2023, quando ficou em R$ 219,86. Em Curitiba, os consumidores deverão gastar, em média, R$ 208,26 e a população de Guarapuava revelou ser a mais contida na hora das compras, com R$ 197,17.

Quando perguntados sobre o quanto pretendem gastar, 15% dos paranaenses disseram que o valor do presente neste ano será menor do que no ano passado. Em Londrina, 8% devem baixar o tíquete. Aqueles que mantiveram o valor do ano passado são 49% no Paraná e 48% em Londrina e no grupo dos que vão gastar mais estão 25% dos consumidores do Estado e 34% dos londrinenses.

No cômputo geral do Estado, a maioria planeja pagar à vista, no cartão de crédito (34%), 21% deverá pagar a prazo no cartão e à vista, no Pix, 18%. Em Londrina, as três modalidades de pagamento aparecem no estudo com o mesmo percentual, 26% cada uma.

Antes de ir às compras, 81% dos paranaenses pesquisam e comparam preços e, entre os londrinenses, 80% adotam esse comportamento. Segundo o levantamento, as lojas virtuais não são apenas fontes de consulta e comparação de preços. Na hora de efetuar as compras, o ambiente virtual também deve ser o mais acessado pelos consumidores paranaenses, em geral. Enquanto 75% deles fazem pesquisa nas lojas on-line, 39% também optam por esse canal na hora de comprar. Em Londrina, o percentual dos consumidores que buscam pelos produtos na internet é ainda mais alto, 78%, mas um índice menor dá preferência ao e-commerce, totalizando 32%. Em Londrina, a maioria das compras deve ser feita no comércio de rua (34%) e nos shoppings (34%).

Neste ano, houve crescimento de nove pontos percentuais no número de consumidores que pretendem fazer as compras do Dia dos Pais em lojas virtuais. No ano passado, eram 30%. Assim, as lojas físicas caíram na preferência dos clientes, baixando de 43% em 2023 para 35% em 2024.

“O lojista, hoje, precisa estar híbrido. Tem que estar na internet e na loja física. Às vezes, esse consumidor que está falando de internet, vai (para o ambiente virtual) só para consultar o preço, mas vai comprar na loja física porque, na internet, é mais difícil trocar o produto, por exemplo”, disse o presidente da Faciap, Fernando Moraes.

As pesquisas de preços nas lojas físicas são feitas por 32% dos paranaenses e, em Londrina, 40%. Ao se decidirem pela compra, 35% dos consumidores vão até a loja física e em Londrina, 34% dão preferência ao comércio de rua. As lojas de shopping foram citadas por 25% dos paranaenses e 34% dos londrinenses.

O Datacenso também ouviu os consumidores sobre qual tipo de comemoração planejam para a data. No Estado, 65% disseram que a data será celebrada com um almoço em casa e 17% pretendem ir a um restaurante. Em Londrina, esses índices ficaram um pouco maiores, 70% e 18%, respectivamente.

Sobre a motivação para o presente, 41% dos entrevistados paranaenses e 44% dos londrinenses responderam que se baseiam nas necessidades ou desejos do pai. Os interesses e hobbies orientam a escolha de 37% dos paranaenses e 32% dos londrinenses e o estilo de vida é a inspiração para a compra de 31% dos consumidores do Estado e de 36% de Londrina.

Roupas, calçados e perfume ou cosméticos são os três principais itens da lista, nesta ordem. As roupas encabeçam a lista de opções de 51% dos paranaenses e de 56% dos londrinenses. Os calçados, 23% e 22%, respectivamente, e perfumes e cosméticos devem ser a escolha de 18% dos paranaenses e 24% dos londrinenses.

Para os comerciantes que ainda não viram o movimento nas lojas aumentar em razão das vendas do Dia dos Pais, um dado da pesquisa pode servir para animar o varejo. Quase a metade dos paranaenses afirmou deixar a compra para a última hora (46%) contra 54% dos que compram com antecedência. Em Londrina, há uma divisão igualitária entre os que se planejam e os que vão às lojas na véspera, com 50% e 50%.

Os fatores determinantes para a escolha da loja são a qualidade dos produtos, totalizando 51% no Estado e 40% em Londrina; o atendimento ao cliente, com 49% no Paraná e 54% no município; e os preços competitivos, somando 43% entre os paranaenses e 42% entre os londrinenses. As promoções e os descontos aparecem em quinto lugar, citados por 33% no Estado e 32% em Londrina.

Moraes ficou satisfeito com o resultado do levantamento, considerando que entre as datas comemorativas, o Dia dos Pais não tem tanta força no varejo. “O pai é quem geralmente tem o dinheiro e ele fica um pouco mais contido quando o país está em crise econômica, há uma preocupação. A pesquisa indicou que muitos vão escolher o próprio presente e os presentes são itens de que eles estejam precisando, como roupas e calçados”, comentou.

O leve aquecimento nas vendas com o ligeiro aumento do tíquete médio, avalia Moraes, pode ser o início de um segundo semestre com maior volume de vendas em relação ao primeiro semestre. “No geral, a gente está mais otimista e achando que o segundo semestre vai ser melhor. A gente já teve um junho um pouco melhor em vendas, no Dia dos Namorados, e a tendência é melhorar”, afirmou.

Por ser uma data mais conservadora, o Dia dos Pais não é considerado um grande termômetro do ímpeto dos consumidores para as compras. “O Dia das crianças é muito mais, mas esperamos um bom crescimento nas vendas na Black Friday e no Natal, que são superiores a outras datas comemorativas.”

"É uma data muito importante para o comércio varejista. Os lojistas se preparam, as lojas estão enfeitadas e os times de vendas, atentos ao consumidor. Aumenta o faturamento, aumentam as vendas, as pessoas saem às ruas para fazerem suas compras e hoje, o comércio de rua ainda é o comércio de preferência do consumidor", destacou o presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona.

Ele ressaltou a flexibilização do horário para o comércio, prevista em lei, que permite o funcionamento das lojas até as 22 horas. "Os lojistas têm que ficar atentos às normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para que seja cumprido o horário estendido, mas é uma opção a mais para o lojista, é facultativo."

No sábado (10), véspera do Dia dos Pais, o comércio de rua em Londrina irá funcionar em horário estendido, até as 18 horas, e acontece também o Dia do Calçadão, promovido pelo Núcleo Empreender da Acil, com várias atividades para atrair os consumidores.