Londrina foi apontada em um ranking internacional como uma das mil localidades com melhor ecossistema para implantação e desenvolvimento de empresas inovadoras. O relatório Startup Ecosystem Index Report 2023, elaborado anualmente pelo instituto israelense StartupBlink e divulgado na terça-feira (30), também destaca Maringá e Curitiba entre as cidades paranaenses referências na área.

De acordo com o documento, o município londrinense foi considerado o 979° melhor do mundo para a instalação de startups; Curitiba aparece na 140ª posição e Maringá, na 735ª. Segundo o StartupBlink, Londrina ocupa a 28ª posição no Brasil e a 52ª na América Latina.


O diretor de Ciência e Tecnologia do Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Roberto Moreira, avalia que o ecossistema londrinense é propício para o surgimento dessas empresas, e que a cidade se tornou uma referência a nível nacional. “Temos uma integração muito forte dos atores, das lideranças locais”, afirma Moreira, pontuando que o Codel realiza um trabalho junto com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) voltado ao fomento da área da inovação.


“Nós tivemos na segunda-feira [29 de maio] a assinatura do novo contrato do Sebrae, que vai realizar um estudo que vai trazer [formas] de como atualizar nossa Lei de Inovação, do ISS Tecnológico e a nossa Lei Industrial. Tudo isso com foco em permitir esse ambiente favorável”, explica Moreira.


Na prática, segundo o diretor do Codel, ter startups em Londrina implica em melhores salários, contribuição com a cidade, desenvolvimento tecnológico e a criação - e importação - de novos talentos. “Economicamente é super vantajoso."


Ainda em relação ao poder público, o Codel possui o edital Soluções Inovadoras que permite que startups locais validem suas tecnologias dentro da administração municipal.
“Isso ajuda a startup a validar se o produto dela entrega valor para o usuário. Faz também com que ela tenha uma vitrine e use isso para ganhar projeção. E no final a gente tem nosso SandBox, que é uma política que permite testar soluções na cidade, soluções voltadas para cidades inteligentes”, completa Moreira.

PET
Uma das empresas destacadas pelo instituto StartupBlink é a appegada, que foi criada há quatro anos. O fundador da startup, Paulo Henrique Ferreira, conta que o projeto surgiu como uma rede social de pets, mas que hoje possui quatro frentes: o marketplace, a rede social, a aba de serviços e a aba de conteúdo.


“A gente tem a missão de unir toda a cadeia de consumidores do mercado pet em uma única plataforma. A gente traz indústria, distribuidor, lojista e consumidor final em um único lugar, Conseguimos saber exatamente quem vai precisar do que, em determinada hora, de forma geolocalizada”, explica. O aplicativo soma 100 mil downloads, 35 usuários registrados e 320 lojistas.


No ponto de vista de Ferreira, Londrina possui pontos positivos que contribuem para seu ecossistema de inovação. Um exemplo é a presença de boas faculdades, hubs e fomentadores, como a Abradi (Associação Brasileira dos Agentes Digitais).


“A gente estando aqui, não perde em nada para quem está em São Paulo, em Brasília ou no Vale do Silício. Temos boas pessoas do lado de cá e temos acesso a boas ferramentas”, ressaltando que, do mercado, espera mais formas de capacitação, para que as pessoas possam “beber na fonte” de ferramentas usadas mundialmente.



AGRO
O agronegócio é outro setor da economia londrinense que está recheado de novas empresas tecnológicas. Não à toa, a cidade possui o hub de inovação Cocriagro e a rede Agrovalley, que promovem a integração das chamadas agritechs.


Uma dessas empresas é a Agritel, que desde 2017 oferece o serviço de gestão de maquinários agrícolas - ferramenta conhecida como telemetria.


O gestor da Agritel, Marcus Vinicius Cunha Correia, explica que o serviço reúne informações dos equipamentos, faz a interpretação dos dados e converte em mapas, para a gestão de funcionalidades do maquinário. Assim, é possível saber a taxa de aplicação de um pulverizador ou a quantidade de grãos coletados por uma colheitadeira. “Nosso servidor interpreta isso e pela plataforma ou aplicativo, o cliente consegue acompanhar essas informações em tempo real.”


Segundo Correia, o crescimento da área de inovação na região de Londrina já é observado há algum tempo. “É notório, visível que Londrina está dando um boom muito grande, sendo como uma ‘galinha dos ovos de ouro’. Está tendo um desenvolvimento muito grande de startups com incubadoras, com os hubs”, avalia.


Um exemplo disso foi a apresentação dos primeiros resultados de uma Smart Farm mantida em parceria entre o Cocriagro e o IDR-Paraná, em fevereiro deste ano. Foi uma oportunidade de novas tecnologias serem aplicadas na prática e apresentadas para os agricultores durante um Dia de Campo.


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