Com o objetivo de abrir um espaço para debater o planejamento e o desenvolvimento dos municípios paranaenses para os próximos quatro anos, a Seplan (Secretaria de Estado do Planejamento) realizou em Londrina nesta quinta-feira (20) a terceira edição do Fórum de Planejamento e Desenvolvimento Territorial. Chefe da pasta, Guto Silva explica que o evento é um meio de percorrer o Paraná para debater com toda a população as demandas que poderão ser incluídas no orçamento de R$ 250 bilhões que a pasta tem para investir nos próximos quatro anos. O fórum já passou pelas cidades de Cascavel e Curitiba; e segue para Maringá nesta sexta-feira (21).

"Nada mais justo do que poder ouvir a comunidade, ouvir os territórios da região Norte para que a gente possa direcionar esse orçamento para poder tratar problemas e sonhos que a região apresenta", ressalta. Ao longo dos últimos anos, ele destacou algumas obras importantes e de grande porte que já saíram ou estão saindo do papel, como a duplicação da PR-445, o viaduto da PUC e a construção da sede do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Emergência), em Londrina. “A gente teve a possibilidade de entender o que a região precisava e de uma forma organizada e planejada a gente conseguiu tirar muitas obras do papel”, aponta.

No que ele definiu como um “segundo ciclo”, o fórum ouve as novas demandas dos municípios para que elas possam ser incluídas no orçamento da pasta para os próximos anos. Sobre os critérios utilizados para dividir os recursos entre os 399 municípios paranaenses, o secretário garante que as estatísticas e dados levantados pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) norteiam os investimentos.

Silva exemplifica o caso do município Fazenda Rio Grande, que fica na região de Curitiba, em que o número de habitantes cresceu em 70 mil nos últimos 10 anos. “Não tem vaga escolar para acompanhar essa evolução, então a gente avalia o fluxo migratório, se as cidades estão crescendo ou estão diminuindo”, detalha, complementando que todas as decisões são amparadas em critérios técnicos e não em “aspectos políticos”.

Após a conclusão das seis edições do fórum, no dia 27 de junho, em Guarapuava, as demandas apresentadas, de acordo com Silva, vão ser analisadas para que a pasta identifique se elas já estão ou não contempladas no orçamento. Além disso, será avaliada se a demanda tem um fundamento estatístico. “O nosso objetivo é fazer com que o orçamento seja muito aproximado da realidade do Paraná. Nós temos que contemplar uma grande cidade como Londrina, mas nós também temos que olhar para Tamarana, uma cidade pequena que também tem seus desafios”, afirma.

PRIORIDADES DE LONDRINA

Presente na abertura do Fórum de Planejamento e Desenvolvimento Territorial do Paraná, Marcelo Belinati (PP), prefeito de Londrina, ressaltou a importância do espaço para que as cidades apresentem suas prioridades. Para Londrina, ele destaca que a duplicação da Avenida Saul Elkind é uma dos pontos mais cruciais, já que a construção da ‘cidade industrial’ vai exigir uma via em pista dupla que chegue até a PR-445. Ele também reforçou que as obras de reforma e ampliação do aeroporto já estão em fase avançada. “É um conjunto de obras e ações que colocam Londrina em um outro patamar porque você fornece a infraestrutura necessária para que empresas e indústrias venham para a nossa cidade, gerando emprego, renda, melhoria na economia e mais qualidade de vida para a população”, ressalta.

Belinati também pontuou que se a cidade vai bem, toda a região Norte do Paraná vai bem e vice-versa. “A cidade está sendo preparada para o futuro”, explica, complementando que muito já foi falado que Londrina não tinha potencial para receber indústrias, mas que o cenário agora é outro, com a instalação de empresas de grande porte, como no setor alimentício e de tecnologia, como TCS (Tata Consultancy Services), que já conta com 1,7 mil funcionários e que anunciou há alguns meses mais 5 mil postos de trabalho, o que aponta, de acordo com ele, o bom momento que a cidade vive. “E nós precisamos dotar a cidade de infraestrutura para receber empresas, receber indústrias, mas também para atender a nossa população”, explica, exemplificando a necessidade simultânea de escolas, creches e postos de saúde.