Com a chegada do inverno, o comércio de roupas em Londrina ganha uma nova dinâmica impulsionada pela demanda por peças mais quentes e confortáveis. Blusas de mangas compridas, calças e casacos são exemplos de artigos que, quando as temperaturas baixam, se tornam peças indispensáveis para os londrinenses.

Os modelos nas vitrines das lojas refletem as mudanças climáticas e as tendências da estação. Neste período, comerciantes enfrentam o desafio de readequar seus estoques e estratégias de vendas para atender às expectativas dos consumidores, que buscam aliar estilo e conforto na escolha das peças ideais para enfrentar o frio.

Entre os setores mais impactados pelo clima mais frio, os destaques são para o vestuário, calçados, alimentação e bebidas, roupas de cama e aquecedores. Além disso, o turismo e os eventos também são influenciados pelo inverno.

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De acordo com o presidente da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Angelo Pamplona, há sempre uma expectativa em relação ao frio, especialmente no outono e inverno.

Contudo, ultimamente, as temperaturas têm surpreendido. “O Dia das Mães ocorre no outono, mas, neste ano, maio foi um mês em que o calor predominou. Outra data importante é o Dia dos Pais, durante o inverno, e neste ano coincidiu com o frio, que chegou tardio. São duas celebrações importantes para o comércio e quando o frio ocorre dentro do programado, as vendas são melhores, mas este frio que chegou tarde deve ajudar o comerciante a girar o estoque”, contou.

Neste cenário, a mudança repentina do clima pode afetar o comportamento dos consumidores que tendem a adiar ou acelerar suas compras conforme as variações das temperaturas. “O comércio sofre. O cliente vai segurando até a hora que ele vê que não tem condições, aí ele passa a comprar. Está sendo um ano difícil, com poucas chuvas e frio, então pouca venda também e nós seguimos aguardando sempre com aquela esperança”, contou Antônio Verza Filho, gerente da loja %Descontão, localizada no Calçadão de Londrina.

Antônio Verza Filho conta que o frio ajudou a desafogar o estoque, mas a instabilidade climático se tornou um desafio para o planejamento
Antônio Verza Filho conta que o frio ajudou a desafogar o estoque, mas a instabilidade climático se tornou um desafio para o planejamento | Foto: João Guilherme

Segundo o gerente, o movimento, devido à frente fria, deu uma aquecida nas vendas, aumentando a comercialização de agasalhos, jaquetas e cobertores e desafogando o estoque que já havia na loja. “Foi um ano muito difícil em relação ao inverno. Em abril e maio não veio, então está chegando agora um pouco atrasado, mas acredito que ainda vai prolongar até setembro. Então, está dando uma desafogada, mas mesmo assim é bem provável que ainda sobre muito no estoque”.

Neste mesmo segmento, a gerente da loja Baratão Confecções, Jéssica Fernanda Cyrillo, conta que tem saído muitos artigos relacionados ao inverno devido a procura do público como resultado de um frio mais intenso, mas quando faz calor a população volta a consumir peças que tenham um desempenho melhor em relação ao clima, situação que acaba influenciando na dinâmica da loja.

“No inverno nós adquirimos bastante peças novas. A gente até trouxe bastante artigos de verão porque o frio não vinha, sabe? mas agora que veio essa semana, saiu bastante”. O resultado dos dias com temperaturas mais baixas é o aumento das vendas de artigos relacionados ao inverno.

O consumidor, por outro lado, pode apresentar um comportamento diferente a depender do clima. O estudante Marlon Pimentel conta que o clima mais frio contribui para sua ida ao centro da cidade para fazer compras. “O calor causa desconforto, principalmente nas lojas que não tem ar-condicionado, esse clima mais fresco, ou frio, me deixa mais confortável para andar mais pelo centro, sem ter que me esconder do sol”, compara.

Angelo Pamplona esclarece que como o frio demorou, houve uma demora maior nas vendas. “Os comerciantes fizeram promoções para fazer girar as roupas de inverno, mas acredito que este frio recente ajudou a fazer o estoque circular para que eles se preparem para as próximas estações. Entre os consumidores, os pais de crianças costumam gastar mais, porque as roupas do ano passado deixaram de servir e eles precisam renovar o guarda-roupa”.

Entre as iniciativas promovidas pela ACIL, a fim de contribuir para o comércio local e consumidores, o presidente destaca a Londrina Liquida, realizada desde 2008, como uma chance para fazer o estoque girar oferecendo preços atraentes para o consumidor. “O Londrina Liquida não é voltado apenas aos associados da ACIL, mas a todos os comerciantes da cidade. Também realizamos, por intermédio do Núcleo do Calçadão, do Programa Empreender e de vários parceiros, o Dia do Calçadão, que movimentou o comércio no dia 10, às vésperas do Dia dos Pais”.

Luiza Arlindo é estagiária