Quem nasce no Norte paranaense cresce familiarizado com a cultura japonesa. O Brasil tem a maior concentração de japoneses e descendentes vivendo fora do Japão e o Paraná tem a segunda maior comunidade, atrás apenas de São Paulo. Aqui, a arte, a gastronomia, os esportes e a cultura nipônicos se popularizaram por meio da miscigenação e do multiculturalismo e influenciaram costumes. No mês em que se celebra os 115 anos do início da imigração japonesa no país, a Expo Japão 2023 acontece em Londrina como um espaço de integração, valorização, difusão e perpetuação das tradições.

Já incorporada ao calendário de eventos da cidade, a festa deverá atrair um público de mais de 30 mil pessoas entre os dias 7 e 11 de junho, na sede campestre da Acel, na Estrada do Limoeiro (zona leste). A programação é extensa e diversificada. Em cada um dos espaços, os visitantes poderão apreciar e conhecer um pouco mais do Japão tradicional e do Japão contemporâneo.

A cerimônia do chá, a beleza dos quimonos, a celebração budista, o bon odori, o som envolvente do kotô e a delicadeza da ikebana se misturam às apresentações de matsuri dance e ao concurso de cosplay. A gastronomia é um dos pontos fortes do evento, com inúmeras opções da culinária oriental. Uma mistura que atrai pessoas de todas as idades e ajuda a promover a integração entre as gerações e entre as culturas do Oriente e do Ocidente. “A cultura ocidental é muito individualista e a gente tenta mostrar a importância e a riqueza do coletivo”, disse a presidente da Acel, Luzia Yamashita Deliberador.

AGRICULTURA

O trabalho no campo teve papel fundamental na expansão da cultura japonesa no Brasil. Foi nas lavouras de café que os primeiros imigrantes a aportarem no Brasil, no início do século passado, conseguiram trabalho. Mas eles demonstraram enorme habilidade no cultivo de outras culturas. E essa tradição em saber tirar o que de melhor a terra pode produzir tem espaço de destaque na Expo Japão.

Dentro da feira acontece também a 60ª edição da Exposição Agrícola da Acel, com a apresentação de produtos tradicionais, sustentáveis e orgânicos. “Preparamos um painel em homenagem a algumas famílias que contribuíram com essa exposição agrícola de 60 anos de história”, contou o coordenador da Expo Japão, Luciano Matsumoto. Durante o evento também acontece o 10º Simpósio AgroInovatec, com palestras e debates direcionados à agricultura orgânica.

ESPAÇO MAIOR

No Japão existe a cultura omotenashi, que preza pela hospitalidade e é centrada no cuidado e no acolhimento. No ano passado, na primeira edição da Expo Japão após uma pausa forçada pela pandemia de Covid-19, a feira recebeu um público recorde de 30 mil pessoas e a organização identificou pontos que poderiam ser melhorados.

Para este ano, foram feitas adaptações no espaço para melhor recepcionar os visitantes, oferecendo a eles maior comodidade. A principal delas foi a ampliação da área coberta, que passou de cinco para seis mil metros quadrados, o que possibilitou alargar os corredores por onde o público transita.

“Os imigrantes fizeram de tudo para que houvesse a integração, foi um esforço muito grande dos nossos antepassados para conquistar essa integração. E nada mais justo da nossa parte, das novas gerações, agradecer a eles. A gente tem uma gratidão muito forte por todo o esforço deles e queremos perpetuar os valores”, ressaltou Matsumoto.

HORÁRIOS

A Expo Japão começa no dia 7. No primeiro dia e na sexta-feira (9), os portões ficarão abertos das 14 às 22 horas. Na quinta-feira (8), feriado de Corpus Christi, no sábado (10) e no domingo (11), o horário será estendido, das 10 às 22 horas.

Os ingressos custam R$ 6 (meia) e R$ 12 (inteira). Menores de quatro anos de idade, maiores de 65 anos e portadores de necessidades especiais não pagam. O estacionamento é terceirizado e custa R$ 23. Quem preferir utilizar o transporte coletivo, a linha de ônibus que passa pela Acel é a 221 – Limoeiro.

A programação completa dos cinco dias de evento e outras informações sobre a feira podem ser consultadas no site www.expojapao.com.br.

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