Os municípios do Norte Pioneiro do Estado aguardam com expectativa a conclusão do processo de concessão do lote 2 das rodovias paranaenses. O leilão do segundo dos seis lotes previstos está marcado para o próximo dia 29 de setembro, na B3. Para os 23 municípios que compõem a Amunorpi (Associação dos Municípios do Norte Pioneiro), a volta da cobrança do pedágio é vista como a possibilidade de resolver problemas logísticos de uma região que é rota de escoamento de produção não só do Paraná, mas de outros estados, como Mato Grosso.

A concessão de uma das mais importantes rodovias do Norte Pioneiro, a PR-092, integra o pacote de concessões do lote 2 e prefeituras e empresas daquela região, especialmente as do agronegócio, anseiam pela duplicação do trecho entre Jaguariaíva e Santo Antônio da Platina. “A PR-092, do lado de Santo Antônio da Platina, encontra com a BR-153 e é uma rodovia vital para a nossa região. São muitos caminhões que passam por aquele trecho, é um tráfego muito pesado em uma rodovia de pista simples. Mesmo com o pavimento bom, o trânsito ali é complicado e prejudica o desenvolvimento de toda aquela região”, afirmou o prefeito de Siqueira Campos e presidente da Amunorpi, Luiz Henrique Germano.

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Segundo o governo do Estado, o lote 2 tem 604,16 quilômetros de extensão e contempla as BRs 153, 277, 369 e as PRs 092, 151, 239, 407, 408, 411, 508, 804 e 855, que passam pelos municípios de Bandeirantes, Curitiba, Carambeí, Cornélio Procópio, Jaguariaíva, Jacarezinho, Paranaguá e Ponta Grossa. Neste lote, estão previstos 356 quilômetros de duplicações, 139 quilômetros de terceiras faixas e 72 quilômetros de vias marginais.

No total, serão sete praças de pedágio em atividade, sendo quatro já existentes – em São José dos Pinhais, Jacarezinho, Carambeí e Jaguariaíva – e três novas: Sengés, Jacarezinho 2 e Quatiguá. “Nossa expectativa em relação ao leilão desse lote é muito positiva, principalmente após o leilão que houve na sexta-feira (dia 25, lote 1). Vimos que os preços não serão exorbitantes”, disse Germano. “A solução para a nossa região é o pedágio. Sofremos muito no escoamento da produção não só dessa região, mas também do Mato Grosso. Esperamos por melhorias, especialmente entre Siqueira Campos e Quatiguá. O governo tem feito o que pode para tapar os buracos, mas a gente sabe que, infelizmente, se não tem pedágio, não tem estrada. O remédio pode ser amargo no início, mas com o tempo, ele se dilui.”

O presidente da Amunorpi destacou a “superdeterioração” das estradas que cortam o Norte Pioneiro desde o término dos contratos de pedágio, no final de 2021. “Muitos trechos ficaram bem ruins, com buracos. As operações tapa-buraco deram uma melhorada, mas ainda assim, sofremos muito. Muitos carros perdiam pneus por causa das condições ruins.”

COBRANÇA DIFERENCIADA

O governo do Paraná informou que para todas as rodovias incluídas no pacote de concessões estão previstos descontos na tarifa, com a cobrança de valores diferenciados para pista simples e dupla, além de inovações tecnológicas que incluem área de escape e iluminação inteligente (LED). As obras mais aguardadas, de duplicação, devem ocorrer entre o terceiro e o sétimo anos de concessão.

SERRA DO MAR

Dentre as melhorias elencadas no segundo lote, um dos destaques é a implantação de uma faixa adicional na região da Serra do Mar, na BR-277, entre os quilômetros 29 e 70,4. O trecho é um importante eixo logístico de escoamento de importação e exportação e as obras são apontadas como uma forma de dar mais segurança e fluidez aos veículos que trafegam pela rodovia, construída em região de montanha, com traçado sinuoso e que demanda soluções complexas de engenharia.