Com a medicina avançando a passos largos e a tecnologia ganhando espaços cada vez maiores dentro dos hospitais, o futuro está no agora. Unir a tecnologia e a humanização do paciente é prioridade, assim como garantir conforto, tranquilidade e comodidade, que melhoram o tratamento e trazem benefícios físicos e mentais.

Com todos os avanços dentro do campo da medicina, um conceito vem ganhando cada vez mais destaque entre os profissionais de saúde: a desospitalização. Diretor técnico-assistencial do Hospital Evangélico de Londrina, João Roberto Pazini explica que a desospitalização é um tipo de monitoramento do paciente feito fora das paredes dos hospitais.

QUALIDADE DE VIDA

A monitorização permite que o médico, de longe, acompanhe, de perto, dados relativos à pressão arterial, glicemia, oxigenação e respiração, por exemplo, através de objetos utilizados pelo paciente, como relógios. Enquanto é monitorado a distância, o paciente pode trabalhar e realizar os afazeres cotidianos. Hoje, o Hospital Evangélico acompanha mais de 2,5 mil pacientes nesse modelo.

O médico João Roberto Pazini:  “O foco não é mais na doença, o foco é no doente, no paciente”
O médico João Roberto Pazini: “O foco não é mais na doença, o foco é no doente, no paciente” | Foto: Roberto Custodio

“O futuro dos hospitais passa pela desospitalização”, afirma Pazini, detalhando que o hospital do futuro vai ultrapassar as quatros paredes por meio das inovações tecnológicas. Nesse passo, apenas cirurgias e pacientes com quadros agudos ou críticos ficarão internados e os demais vão poder ser monitorados de casa. Os benefícios? Ele garante que são muitos, como a redução no risco de infecção, tratamento mais individualizado e menos custo. Além disso, a casa é um local que o paciente já conhece e pode contar com fatores que auxiliam no tratamento, como a proximidade com familiares, com o animal de estimação e a comida que está habituado. “A recuperação, com certeza, é muito mais rápida”, ressalta.

JÁ É REALIDADE

O hospital do futuro passa pela desospitalização, mas não para por aí. Pazini aponta que a digitalização de todos os processos hospitalares e o paciente a par de tudo o que é relacionado ao seu tratamento também entram na conta. “O foco não é mais na doença, o foco é no doente, no paciente”, afirma. Apesar de ser caracterizado como do futuro, esse hospital já é uma realidade em algumas partes do mundo e tende a se consolidar cada vez mais com o passar dos anos. Um hospital reservado aos casos mais graves e agudos, enquanto os demais pacientes são monitorados a distância e em tempo real, ao passo em que trabalham e se divertem. “O hospital do futuro está sendo construído no presente”, reforça.

Para Eduardo Otoni, superintendente da AEBEL, o hospital do futuro não tem barreiras
Para Eduardo Otoni, superintendente da AEBEL, o hospital do futuro não tem barreiras | Foto: Roberto Custodio

Para Eduardo Otoni, superintendente da AEBEL (Associação Evangélica Beneficente de Londrina), o hospital do futuro não tem barreiras. Um exemplo: um profissional médico, com auxílio de um robô, vai poder operar um paciente em qualquer lugar do mundo utilizando ferramentas tecnológicas. “Os hospitais do futuro vão ter que se modernizar para acompanhar essa evolução da medicina. É um hospital que não para, que não pode parar”, explica.

PREVENÇÃO

Como prevenir é sempre melhor do que remediar, Emanuel Gois Junior, diretor-clínico do Hospital Evangélico, observa que a palavra-chave no que diz respeito ao hospital do futuro é prevenção. Aliar a tecnologia e a informação na prevenção ou em prol do tratamento de doenças como o câncer e até na redução de acidentes é um dos objetivos do hospital do futuro. “Você muda a história do paciente com informação”, afirma.