Com fatos novos, é retomada, com engenho e persistência, a busca do mandante da execução da vereadora e do seu motorista, feito criminal bem no estilo carioca, com envolvimento de policiais e de milicianos, vereadores, um “mix” clássico do seu submundo. Há testemunha nova e retomada da delação premiada, apesar da carga feita por ela na Lava Jato.

Num dos derradeiros capítulos e tendo como palco o condomínio em que morava o ex-presidente, houve uma situação confusa no depoimento de um guarda do conjunto que tentava botar Bolsonaro como participante de uma troca de telefonemas suspeitos.

Agora a autoridade policial está empenhada, como nunca antes, na busca do mandante, tanto que as ações foram contestadas perlo governador carioca e não alteraram em nada o que se transformou em objetivo estratégico. Não apenas a Polícia Federal está se valendo dos seus engenhos nesse objetivo que tem o interesse também da irmã ministra. O Brasil político vai girar em torno do tema, com grau de mobilização jamais tão acentuado.

Um desvio

A predominância da questão do pedágio em nosso drama rodoviário desvia tudo da realidade e tanto que não se enxerga a degradação do sistema. Tivemos anteontem na histórica e na já histérica BR-376, imediações de Guaratuba, um acidente comum na batida de dois caminhões e que interditou a rodovia por quase quatro horas. O eixo rodoviário do Sul-Sudeste, área de maior desenvolvimento do país, está desse jeito à vista de um colapso.

Cena bufa

Associações de bares e restaurantes não deixam por menos e querem ter o direito de revistar seus clientes. Esse paradoxo - o de coexistir num momento de intensidade jurídica o desabrochar do arbítrio - não espanta pelo fato elementar de que essa proposta não emplaca, já que órgãos como o Ministério Público não a deixarão prosperar. Como há suspeição genérica sobre a sua clientela é melhor fechar as portas para não passar por constrangimento.

Globo lulista

O mercado responde normalmente ao jogo dos interesses: a Globo recebe hoje o maior quinhão da verba publicitária federal e a contraprestação é visível no alinhamento simpático, ainda que equilibrado, da rede. No passado, não muito distante, profissionais do complexo dos Marinho eram ofendidos na rua por inspirados da dita esquerda. Há o argumento de que a causa pela democracia ampara as ações da maior empresa de comunicação do Brasil.

Soberania

Há o argumento de que nada se pode fazer pela Amazônia sem que em primeiro lugar defendamos a nossa soberania e isso desde o projeto da Hiléia. Agora mal chegando ao Brasil o diretor da Nasa falou: “destruir a Amazônia é acabar com a terra”. E o homem está ainda em missão oficial.

Cirurgia

Lula confirmou cirurgia do fêmur pra outubro e até lá enfrenta as dores e também, é claro, os chatos. Contra isso é que não há remédio, até porque os chatos, como ensinava Jean Paul Sartre sobre o demônio, são os outros.