Começa na segunda-feira (17) o programa "Desenrola", que tenta abranger 70 milhões de brasileiros inadimplentes. No acerto bancário se operará a partir de R$ 5 mil e por outras visas se atenderá dívidas de R$100. Objetivo óbvio é devolver, devidamente habilitado, o devedor ao consumo, relevante para a vida nacional e "chave" para o governo.

Desenrola 2

Este poderia ser chamado de "desembucha", na quarta-feira (19), na PF, com o depoimento (mais um) do senador Marcos Do Val sobre a conversa com o ex-presidente Bolsonaro se houve alusão a golpe. Quem a solicitou foi o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e que é referido no papo. Bolsonaro nega, já Do Val parece interessado em confundir, tantas foram até agora as versões lançadas. Pode ser mais um "enrola", daí a pressão.

A invasão

Nossa versão brasileira do ataque ao Capitólio dos americanos deu margem a especulações sobre a liberação das armas havida e sem fiscalização, pois no caso das Cacs apenas 2,7% delas foram vistoriadas. É imaginário operando a todo o vapor na espera de um impasse com uma invasão aos poderes armada para intervenção militar indispensável para por ordem nas coisas.

A compulsão conspiratória parece querer tirar o caráter infantil da palhaçada, hoje sob análise na CPI e nos milhares de processos em andamento.

"Gatos" sob exame

Em São José dos Pinhais, uma varredura nos cabos de ligação elétrica visando a retirada dos fios pendurados e seguindo-se uma novelesca intervenção da Copel e do Procon para combate a ligações clandestinas, cujo número é imaginado em alta. Há muito tempo prometeram limpar a rede dos desagradáveis fios soltos e nada de sério se fez. Espera-se que o episódio lembre o compromisso esquecido.

Mais três

O Ministério Público ofereceu denúncia contra três jovens suspeitos de envolvimento no ataque ao Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, e respondem por dois homicídios. É relevante uma resposta concreta ao trágico acontecimento que colocou sob análise o problema da segurança nas escolas.

Barroso

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, levou pau de todas as áreas por sua afirmação de que o Judiciário teria derrotado o bolsonarismo. A inabilidade verbal foi combatida pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco. Houve pedido de explicação, mas foi o mínimo para que bolsonaristas de raiz cogitassem de lhe aplicar o impeachment. O pior é que tudo foi dito logo num congresso da UNE. Jogou gasolina na fogueira.

O centrão

Lula declarou que há ministros não trocáveis como a da Saúde, mas parece não resistir ao magnetismo do centrão, tantas são as suas concessões. Estará ao fim do seu mandato, se persistir em mostrar-se frágil, com sua imagem inteiramente detonada. Pelo menos deixará de assustar conservadores.

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da FOLHA