"Todos esses que aí estão / Atravancando o meu caminho, / Eles passarão.../ Eu passarinho!” - Mário Quintana

Olhe à sua volta. As pessoas que você vê, com suas histórias, vitórias, desafios e ambições, não estarão aqui em cinquenta ou sessenta anos. Tudo o que parece tão urgente e importante hoje, com o tempo se dissipará.

Os seus amigos, colegas, até mesmo os seus familiares mais próximos, todos desaparecerão eventualmente. E a verdade é que, em pouco mais de uma geração, até os seus bisnetos terão dificuldade em lembrar o seu nome – se souberem –, quanto mais as suas realizações. É o destino comum a todos nós!

A História ensina que até os grandes feitos dos maiores líderes, cientistas e artistas acabam, com o tempo, caindo no esquecimento ou sendo reduzidos a notas de rodapé nos livros. Então, por que nos preocupamos tanto em deixar um legado, em ser lembrados?

Toda tentativa de perpetuar o próprio nome ou as próprias ações é, em última análise, uma fantasia, a busca por um sentido naquilo que fazemos. Mas é preciso lembrar que tudo, absolutamente tudo, passa. O que vale, de fato e definitivamente, é a efetividade do bem que fazemos agora por quem quer que necessite. É o socorro ou a ajuda que, num ato de verdadeira justiça, prestamos ao próximo, sabendo que também colheremos benefícios deste bem. A natureza efêmera da vida deve nos trazer humildade e discernimento.

Assim, o verdadeiro valor não está em tentar se imortalizar na memória dos outros, mas em viver plenamente no aqui e agora, com integridade e generosidade.

O tempo é um rio torrencial que flui incessantemente, levando com ele todos os vestígios das nossas existências. Aceitar este fato é libertador. É o que nos permite focar no que realmente importa: viver com significado, mesmo sabendo que o mundo e as gerações seguirão adiante sem nós.