As famílias indígenas que permanecem às margens da avenida Dez de Dezembro (zona sul de Londrina), no Centro Cultural Kaingang - Vãre, estão com um pedido de ajuda. O vice-cacique Renato Kriri garante que as oito famílias instaladas no local estão cumprindo todas as medidas de prevenção e que, por isso, deixaram de ter a renda oriunda do comércio de cestos artesanais.

Imagem ilustrativa da imagem Sem a venda de cestos, famílias caingangues pedem ajuda
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

“Precisamos de alimentos e agasalhos, cobertores. Faz 19 anos que estamos nesse espaço, comercializando nosso artesanato, mas agora não estamos fazendo mais. Tudo ficou complicado. Tínhamos antes, de 30 a 40 famílias e agora estamos em oito porque quem ficou é porque de alguma forma tem um trabalho a fazer”, comenta.

A urgência por agasalhos e cobertores devido à queda na temperatura nos últimos dias mobilizou muita gente, como a arquiteta e docente Thais Cardoso e Oliveira. Ela conta que o contato com Kriri se deu através de um grupo de discussões sobre as melhorias em diversos espaços da sociedade.

“A ideia é buscar saber a necessidade de cada grupo e entre eles, há a causa indígena. E antes mesmo de discutirmos qualquer assunto, fiquei sabendo da necessidade deles em relação a roupas, cobertores e alimentos”, diz.

Dessa forma, Oliveira vem envolvendo pessoas ao seu redor em prol dessas famílias. “A princípio, pensei em um financiamento coletivo, mas a causa é tão urgente, que não deu para esperar. Comecei a mandar para os meus contatos a fim de levantar algum valor e comprar os cobertores”, conta. De acordo com Oliveira, já foram arrecadados pouco mais de R$ 500, que serão revertidos em cobertores e outros itens.

A secretária municipal de Assistência Social, Jacqueline Micali, comentou que muitas famílias daquele espaço estão no Cadastro Único e que o município tem feito a entrega de cestas básicas na aldeia em Tamarana (Região Metropolitana de Londrina).

“A ideia é que eles não venham para cá, mantendo o isolamento. E nossa orientação é que as famílias que estão em Londrina, retornem à aldeia. O local às margens da avenida Dez de Dezembro é irregular e está sob justiça para reintegração de posse. Para a passagem dessa população, temos uma casa de passagem, no conjunto Cafezal”, aponta.

SERVIÇO - Quem quiser ajudar pode ligar para o vice-cacique Renato Kriri - (43) 99663-3942