Nesta quarta-feira (5), foi apresentado à Prefeitura de Londrina o estudo conceitual para a revitalização de uma das unidades de conservação ambiental mais importantes da cidade, o Parque Municipal Daisaku Ikeda, localizado na zona sul.

O projeto é uma doação da Artesano Urbanismo ao Município. Localizado no Patrimônio Três Bocas, o parque está interditado desde 2016, quando foi significativamente atingido pelas tempestades que assolaram Londrina naquela ocasião. Entre os danos causados estão o rompimento das bordas da barragem da antiga Usina Três Bocas e erosões de dimensões consideráveis.

Reportagem da FOLHA, publicada em fevereiro, apontava que o projeto seria entregue neste semestre.

As intervenções propostas pelo estudo incluem a criação de pontos de observação para a fruição paisagística das quedas d’água que se formaram. Também abrangem novas construções que fazem referência tanto à arquitetura tradicional japonesa quanto à arquitetura tradicional paranaense, como por exemplo o novo Centro de Acolhimento aos Visitantes.

O projeto ainda propõe a implantação de trilhas que se somarão aos percursos existentes, a criação de um novo redário, playground, mirantes e espaços para descanso dos visitantes.

LEIA TAMBÉM:

= Parques de Londrina enfrentam situação de abandono

REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL

Tendo em vista a redução do impacto ambiental, todas as obras preexistentes, em vez de serem demolidas e reconstruídas do zero, serão revitalizadas. A antiga edificação existente destinada ao centro de visitantes será reformada e passará a abrigar estruturas administrativas; a barragem receberá uma nova passarela.

Será feita, ainda, a construção de uma nova passarela e o observatório será restaurado, assim como o memorial existente no local, dedicado à Daisaku Ikeda, que receberá obras de acessibilidade e nova iluminação.

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, agradeceu a doação do projeto e destacou que a Prefeitura fará um esforço no sentido de viabilizar a revitalização do parque. “Espaços como o Parque Daisaku Ikeda são muito importantes para a cidade, porque têm valor ambiental, histórico e social. Além disso, estamos vendo, cada vez mais, os efeitos devastadores das mudanças climáticas, e Londrina precisa se preparar para isso, inclusive investindo na preservação de suas áreas verdes”, disse.

Conforme a gerente de produto da Artesano Urbanismo, Anna Rolim, a empresa, que atua na criação de bairros planejados, procura sempre investir em projetos de cunho ambiental nas cidades em que se instala. "Fizemos os levantamentos topográficos da área e contratamos um escritório de arquitetura para fazer o projeto conceitual", explicou.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura recebe projeto de revitalização do parque Daisaku Ikeda

SEMA

O estudo será entregue, até o fim de junho, à Sema. Baseada nele, a Sema, com o apoio da secretaria municipal de Obras e Pavimentação, vai elaborar um termo de referência para a licitação que contratará uma empresa para desenvolver os projetos executivo e técnico da obra. A previsão é que o procedimento licitatório seja iniciado ainda em 2024. No ano que vem, após a entrega do projeto, deverá ser licitada a reforma da unidade.

O secretário municipal do Ambiente, André Chen, sublinhou que uma das fontes de recursos para o custeamento da reforma poderá ser o Fundo Municipal do Meio Ambiente. “Já estamos trabalhando na reforma do Parque Municipal Arthur Thomas, e agora vamos focar também na revitalização do Daisaku Ikeda. O objetivo é trazer a população de volta para esses espaços que proporcionam momentos de lazer, de contato com a natureza e de conscientização ambiental”, pontuou.

CRIADA EM 1999

A Unidade de Conservação Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda foi criada em novembro de 1999 e inaugurada em setembro de 2000. O espaço público municipal fica a 12 km do centro de Londrina, na Rodovia João Alves da Rocha Loures (PR-218), estrada para o distrito de Maravilha, às margens do Ribeirão Três Bocas.

Com área total de cerca de 120 hectares, é o local onde ficava a Usina Três Bocas, segunda hidrelétrica do município de Londrina, implantada em 1943 pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica e desativada em 1983. Entre outros animais, abriga 96 espécies distintas de aves e 12 espécies de mamíferos.

O nome do parque homenageia o filósofo, escritor, fotógrafo, poeta e líder budista japonês Daisaku Ikeda, que foi o terceiro presidente da organização Soka Gakkai Internacional.

Durante a solenidade, esteve presente o membro da associação Soka Gakkai em Londrina, Luiz Hiroshi Omoto, que também é presidente da Associação de Intercâmbio Londrina-Nishinomiya. Ele explicou que, por vários anos, a Soka Gakkai contribuiu para a manutenção e limpeza da unidade.

“O Parque Daisaku Ikeda chegou a ser o terceiro mais visitado do Paraná, depois do Parque Nacional do Iguaçu e do Parque Estadual de Vila Velha. Em todos esses anos de fechamento, infelizmente aconteceram coisas ruins naquele espaço, e por isso estamos animados com a perspectiva da revitalização e da abertura. Inclusive, é um local que contribui para preservar a memória do Dr. Daisaku Ikeda, que promovia valores como a paz mundial e o cuidado com o meio ambiente”, disse.

(Com informações do N.Com)