De 1.500 a 2.000 pacientes de Londrina que hoje aguardam por uma cirurgia eletiva poderão sair da fila de espera até o final do ano. Em agosto está programado um mutirão que vai envolver os três principais hospitais terciários da cidade que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde): Evangélico, HU (Hospital Universitário) e Santa Casa. O custo dos serviços está previsto em R$ 11,5 milhões, sendo R$ 5,5 milhões de emenda do deputado federal Luiz Carlos Hauly e o restante dinheiro do próprio município.

Segundo o parlamentar, o recurso disponibilizado já está na conta da prefeitura e especificamente com esta destinação. Na última sexta-feira (12) foi realizada uma reunião para discutir a parceria entre o poder público municipal, deputado e as instituições de saúde. Atualmente, a fila de espera por uma cirurgia eletiva, que é aquela não emergencial e sim programada a partir da capacidade de execução, está em seis mil pessoas.

“A pandemia de Covid-19 acabou atrasando por dois anos a fila de espera. Nosso cálculo, se não tivesse a pandemia, era de que chegaríamos ao final deste ano quase sem fila, porém, acabou acumulando. Fizemos o levantamento com os hospitais no sentido de retomar, principalmente nos três terciários, as cirurgias que só são realizadas nestas unidades”, comentou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, em entrevista à FOLHA.

LEIA TAMBÉM: HZN de Londrina zera fila de cirurgias de pacientes com hanseníase

Entre os procedimentos contemplados estão ortopedia, vasculares e otorrinolaringológicos. “Cada hospital viu sua fila, fez a análise e a oferta. O recurso é para a cirurgia em si e para o pré e pós-operatório”, explicou. “Os hospitais ofereceram o número de cirurgias e vão se organizar para realizarem até o fim de projeto, já que vão continuar recebendo as urgências e emergências”, destacou.

A porta de entrada das cirurgias eletivas pelo SUS são os postos de saúde. Nos últimos sete anos foram promovidas 12 mil intervenções cirúrgicas por meio do município.

LEVANTAMENTO DE DADOS

A reportagem procurou os três hospitais para reforçarem os dados sobre o assunto e como deverá funcionar a partir de agora. O HU pontuou que está em “fase de levantamento, aguardando o direcionamento de outras informações pela secretaria municipal de Saúde, por isso, ainda não consegue confirmar quais serão os procedimentos a serem realizados”.

Já a ISCAL (Irmandade Santa Casa de Londrina) ponderou que “está avaliando a possibilidade de adesão ao mutirão de cirurgias eletivas dado o frequente quadro de superlotação da capacidade técnico-operacional em função da grande demanda por atendimentos de urgência e emergência”. O Evangélico repassou que são 307 pacientes na fila em especialidades de ortopedia, cirurgia geral, urologia e vascular.

PARTICULARES

Paralelamente ao acordo com as instituições terciárias, o município abriu um edital de chamamento público para contratar hospitais particulares que ofereçam as especialidades de sistema osteomuscular, vascular e das vias aéreas superiores e do pescoço. “Estes hospitais vão entrar num segundo momento, mas dentro do mês de agosto. Eles vão fazer a avaliação do paciente, consulta médica e pré e pós-operatório”, pontuou Machado.

O investimento máximo é de R$ 1,6 milhão. “Os hospitais estão apresentando as documentações e nossa equipe analisando”, frisou. Não foi divulgado quantas pessoas serão beneficiadas pelo chamamento.

Atualmente, apenas os hospitais da Zona Norte e da Zona Sul são habilitados para atendimento de cirurgias eletivas de média complexidade, sendo que os demais atendem tanto a média, quanto a alta complexidade. No entanto, o HZN e o HZS promovem os procedimentos pelo Estado, sendo referência para os 21º municípios da 17ª Regional de Saúde.

Atualizada às 12h28 de 16/07/2024