Com apenas dois meses de execução, a obra de reforço na drenagem na rua Celeste Castanha de Barros, no jardim Acapulco, na zona sul de Londrina, já tem preocupado a vizinhança. Quem mora na via garante que os trabalhos estão em ritmo lento, o que acreditam que impactará no prazo final. Os serviços iniciaram em março e a finalização, se seguir o que está no contrato, é setembro, totalizando seis meses.

“A nossa briga com a empresa não é pela obra, que é bênção para nós, mas o nosso problema é que tem semana que fica até quatro dias sem aparecer ninguém para trabalhar. Às vezes aparece apenas um pedreiro. Então, a obra fica parada ou lenta”, reclamou Jomar Medeiros, que há quase 30 anos vive no bairro.

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A rua tem um problema de mais de 25 anos de baixa vazão nas galerias nos dias de chuva, o que provoca grandes alagamentos e deixa o trecho, de aproximadamente 500 metros, intransitável. “As pessoas já perderam móveis, trocaram piso da casa. É uma obra que precisa ser feita”, destacou a cabeleireira Claudete Alencar. “Começaram a mexer, mas quase não se vê funcionários trabalhando”, alertou.

LIMPEZA

Outra cobrança é para uma limpeza ao final do dia. Buracos estão sendo abertos e terra revirada, o que gera muita poeira. “É uma rua de ônibus, que passa e levanta poeira, fica complicado. Precisava limpar, pelo menos, fim de semana, que as pessoas ficam mais em casa. Quem vai pagar as despesas que estamos tendo com água e produtos de limpeza?”, questionou Claudete.

O custo é de R$ 1,6 milhão. A empreiteira responsável é de Curitiba. O projeto inclui, além das melhorias nas galerias pluviais, a construção de passeio público e de uma praça, onde dois imóveis foram desapropriados. O espaço contará iluminação pública, lixeiras e bancos.

NOTIFICAÇÃO

Documentos obtidos pela reportagem mostram que os questionamentos sobre o andamento da obra não são apenas dos moradores. A própria prefeitura cobrou a construtora há cerca de duas semanas. “Considerando que a ordem de serviço foi recebida na data de 21/03 e que, de acordo com o cronograma proposto, a obra deveria estar com percentual executado de aproximadamente 40%, foi observada a execução de 7,5%”, alertou o técnico da secretaria municipal de Obras e Pavimentação.

A notificação alertou sobre a possibilidade de penalidade. A resposta veio na semana passada. A empresa alegou que demorou para ter acesso completo aos locais de execução dos serviços e que os pagamentos não estão seguindo o avanço da obra. "Solicitamos a reprogramação do cronograma físico-financeiro inicialmente firmado entre as partes de forma a retratar o real andamento baseado nos critérios adotados, evitando assim distorções na apuração de percentual executado”, ressaltou.

Quem está tendo que conviver com a poeira e a falta de evolução das intervenções pede agilidade e mais fiscalização. “Se você tem uma obra na sua casa, gostaria que o pedreiro fosse um dia e faltasse quatro? É a pergunta que fazemos para a empresa e a prefeitura”, advertiu Jomar Medeiros.

Prefeitura ressaltou, em nota, que "como toda obra de grande porte causa transtornos por um período e que o trabalho está dentro do prazo previsto no contrato"
Prefeitura ressaltou, em nota, que "como toda obra de grande porte causa transtornos por um período e que o trabalho está dentro do prazo previsto no contrato" | Foto: Pedro Marconi

MUNICÍPIO

Em nota, o município frisou que a obra na rua Celeste Castanha de Barros é “uma reivindicação antiga dos moradores da região que sofrem com alagamentos” e que “vai solucionar vários problemas”. “Como toda obra de grande porte causa alguns transtornos por um período. O trabalho está dentro do prazo previsto no contrato”, defendeu. Sobre a sujeira produzida, a prefeitura informou que “já notificou a empresa para que faça a limpeza do local.”