Segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), mesmo diante da pandemia, o Paraná manteve a liderança nacional em doações de órgãos no primeiro semestre de 2020. O Estado atingiu a marca de 44,1 doações de órgãos efetivas pmp (por milhão de população) acima dos demais estados e da média nacional que fechou em 15,8 pmp. De janeiro a junho de 2020, foram 558 notificações de potenciais doadores e 252 doações efetivas, que corresponderam a 385 transplantes de órgãos realizados.

Imagem ilustrativa da imagem Mesmo com pandemia, Paraná lidera ranking de doações de órgãos
| Foto: Sesa - Divulgação

A coordenadora do SET/PR (Sistema Estadual de Transplante do Paraná), Arlene Badoch, defende que os números expressivos são reflexo da capacitação contínua dos profissionais que atuam no processo de doação, lidando diretamente com o diagnóstico de morte encefálica e apoio às famílias de doadores, e da organização de um sistema estruturado para a efetivação dos transplantes, considerando apoio de autoridades e órgãos para uma logística, incluindo veículos terrestre e aeronaves para agilidade no transporte.

“Além disso, buscamos sempre dar ênfase a campanha ‘Doação de órgãos. Fale sobre isso!’ que é uma ação que visa à conscientização e mobilização da população sobre a importância da doação de órgãos, pois cada pessoa possui cinco vezes mais chances de precisar de um órgão, do que de conseguir doador, o que caracteriza a necessidade constante de mais doadores além do fato de que atualmente, mais de dois mil paranaenses aguardam por uma doação”, menciona.

PANDEMIA

De acordo com a coordenadora, a pandemia impactou as doações de órgãos, pois um paciente infectado pelo novo coronavírus não pode se tornar doador. “E infelizmente tivemos vários pacientes que não puderam ser doadores devido à Covid-19", menciona. Além de cirurgias eletivas terem sido suspensas, que é o caso do transplante de córneas.

A coordenadora ressalta que todo paciente que adquiriu Covid-19 e apresentou regressão completa dos sintomas há mais de 14 dias pode ser validado para doação de órgãos. “No Paraná, todos os potenciais doadores são testados com exame RT-PCR, além de passarem pela avaliação da equipe médica da CET”, destaca.

Das 559 notificações em todo o Paraná, 265 tive autorização familiar e 252 doações foram efetivadas. A recusa familiar foi de 23% e 30% dos órgãos tiveram contra indicação clínica, ainda 4% das mortes encefálicas não foram confirmadas e 4% não foram doados devido ao diagnóstico do exame PCR. A OPO (Organização de Procura de Órgãos) da região de Londrina registrou 112 notificações e 38 doações efetivas.