Cambé - A técnica em nutrição e dietética Daniela Souza tem 14 gatos. São animais que estavam abandonados e, graças ao carinho e preocupação dela, ganharam um lar. Nesta quinta-feira (23), dois deles foram para um passeio especial. A Pipoca e a Magali foram levadas para serem castradas no Centro Cultural de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) pelo CastraPet, programa do Governo Estado em parceria com os municípios, que firmam convênio.

Em Cambé, 116 cães e gatos foram esterilizados entre quarta (22) e esta quinta-feira. “É importante castrar para evitar uma procriação muito grande, ainda mais ondo moro, em que existem muitos animais abandonados nas ruas”, relatou Daniela Souza, que vive no jardim União.

As cirurgias por meio da iniciativa são realizadas dentro do chamado “castramóvel”, que é uma estrutura que conta com centro cirúrgico e sala de preparo e recuperação, além de aparelhos de anestesia inalatória e monitor multiparamétrico. O benefício, que não tem custo, é voltado para famílias de baixa renda e animais em situação de risco.

A castração previne doenças, como câncer, e ainda evita o nascimento desenfreado de cães e gatos, o que pode levar a casos de maus-tratos e abandono. Os cambeenses contemplados pelo programa foram definidos pela prefeitura, que analisou a situação de cada pessoa após um pré-cadastro feito por telefone. “Vimos se a família se encaixava no que estava previsto e fizemos um trabalho de logística para a pessoa ir assinar as fichas e saber corretamente o horário do agendamento”, detalhou Maurício Gomes, chefe da divisão de Áreas Verdes da secretaria municipal de Meio Ambiente.

Os tutores tiveram que seguir algumas regras para que a castração pudesse ser feita com segurança, como o jejum absoluto do animal por cerca de oito horas. “Depois da cirurgia e alta clínica, a veterinária passa a receita com a medicação que o animal vai tomar. Após dez dias a própria pessoa faz a retirada do ponto. É um procedimento simples e que é orientado”, destacou Gomes, que coordena os serviços de castração, atendimento de animais vítimas de maus-tratos e captura.

Moradores da zona rural, o casal Vanilde Gomes Barroso e Natal Marques estava ansioso para ver novamente a Zilda, gatinha que foi castrada durante a manhã. “Faz quase um ano que temos ela. Apareceu a mãe dela, que deu cria, e ficamos com a Zilda, que quando nasceu não mamava e quase morreu. Quem se preocupa e cuida do bicho de estimação tem que castrar”, afirmaram os agricultores, que têm mais cinco gatos.

LICITAÇÃO

Cambé está confeccionando um edital para contratar uma clínica especializada para esterilização de animais domésticos do município. O contrato anterior venceu e o novo vai ampliar o número de castrações, que deverá passar de 25 para 35 mensais, ao custo de aproximadamente R$ 400 mil por ano para a prefeitura. O projeto é voltado para famílias de baixa renda e ONGs (Organizações não Governamentais) da causa animal.

“Tem uma demanda que vem crescendo muito e as pessoas querem que os animais sejam castrados”, ressaltou Maurício Gomes. O poder público não tem uma estatística sobre a quantidade de cães e gatos abandonados.

LONDRINA

O CastraPet também vai beneficiar famílias de Londrina, entre os dias 25 e 28 de setembro. São aguardados 231 animais para castração, que vai acontecer no Parque Arthur Thomas. Os tutores terão o bicho de estimação esterilizado estão sendo indicados pela Sema (Secretaria de Meio Ambiente).

Londrina faz parte do segundo ciclo do programa. Nesta etapa serão atendidos 80 municípios com recursos de R$ 2,5 milhões, do Fundo Estadual do Meio Ambiente e de emendas parlamentares. A primeira atendeu 15 mil animais em 45 cidades, com investimentos de R$ 2,4 milhões. Somente para Londrina são destinados R$ 50 mil.

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