Maioria dos pacientes que tiveram Covid-19 revela sintoma persistente
Pesquisa da UEL em parceria com a secretaria municipal de Saúde traz resultados parciais com base no relato de 446 londrinenses que receberam o diagnóstico da doença
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
Pesquisa da UEL em parceria com a secretaria municipal de Saúde traz resultados parciais com base no relato de 446 londrinenses que receberam o diagnóstico da doença
Reportagem local
A UEL (Universidade Estadual de Londrina), em parceria com a SMS (Secretaria Municipal de Saúde), divulgou os resultados preliminares de uma pesquisa inédita, realizada desde outubro de 2020, que avalia a qualidade de vida de pacientes que tiveram Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus, e possíveis sequelas que impactam diretamente na recuperação dos convalescentes.
A pesquisa integra o Projeto PAPCov, coordenado pela docente do curso de Fisioterapia da UEL, Celita Salmaso Trelha, e executado com a participação de outros professores e estudantes do departamento de Fisioterapia do CCS (Centro de Ciências da Saúde) e profissionais da Secretaria de Saúde de Londrina.
O trabalho avalia a funcionalidade e a qualidade de vida de pacientes do município de Londrina, após um, dois, seis e 12 meses do diagnóstico de infecção pelo coronavírus denominado SARS-CoV-2. Até agora, participaram da pesquisa 446 pacientes que receberam o diagnóstico há 30 dias, sendo 66,8% do sexo feminino.
Eles responderam um questionário, na plataforma Google Forms, que buscou levantar o estado funcional e as dificuldades dos pacientes em desempenhar atividades diárias, como o cuidado pessoal, condições de mobilidade e de locomoção. O contato com é feito por meio do WhatsApp.
De acordo com professora Celita Salmaso Trelha, os dados parciais apontam que, dos 446 pacientes atendidos na pesquisa, 38,8% relataram estar sem sintomas e a maioria (61,2%), apresentou algum tipo de sintoma persistente. Dentre os principais estão: fadiga (24,4%); perda de olfato (21,3%); dor de cabeça (16,4%), dores no corpo (13,7%); falta de ar (8,5%).
“A literatura e a experiência clínica apontam que esses sintomas podem persistir por meses, após a alta médica, mas podem ser superados com fisioterapia e tratamento adequado. Por isso é tão importante conhecer os sintomas, pós COVID-19, para apontar as melhores estratégias de recuperação”, explicou Trelha.
O resultado completo ficará pronto após um ano do início da pesquisa, já que os pacientes precisam responder o questionário até 12 meses do diagnóstico da doença. A professora enfatiza a importância das pessoas colaborarem com a pesquisa, respondendo o questionário sempre que solicitado.
CARTILHA
Os pacientes que estão participando da pesquisa, além de terem acesso a informações sobre o tratamento e acompanhamento adequados, recebem uma cartilha elaborada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e traduzida pelos integrantes do projeto, que apresenta um suporte para o autogerenciamento da reabilitação pós Covid-19.
O documento fornece informações sobre exercícios básicos e conselhos para adultos que ficaram gravemente doentes e internados no hospital com Covid-19. O conteúdo aborda questões de gerenciamento da falta de ar, problemas com a voz e de atenção, memória e pensamento, como lidar com estresse e problemas com humor e quando entrar em contato com um profissional da saúde.