Após a análise dos resultados de exames e situação clínica, Londrina tem cinco casos confirmados de coqueluche neste ano, sendo que um levou à morte de um bebê de seis meses de vida, o que havia sido divulgado no final de julho. Desde janeiro são 20 notificações para a doença, com sete registros descartados e outros oito ainda em investigação. Entre os que apresentaram o diagnóstico positivo, quatro são crianças e um é adulto, pai de um dos infectados.

“Infelizmente é uma doença que que voltou a nos preocupar. Há muitos anos não tínhamos casos suspeitos ou confirmados. É importante lembrar a importância, nesse momento mais do que nunca, da vacinação contra a coqueluche. É uma vacina do calendário que está disponível em todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde)”, alertou Felippe Machado, secretário municipal de Saúde.

Antes de Londrina, a última morte por coqueluche registrada no Paraná foi em 2019 em Ponta Grossa (Campos Gerais).

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O imunizante é recomendado ainda durante a gestação, para a mãe, e depois que o bebê nasce são cinco doses, aplicadas entre os dois meses de vida e os quatro anos. “É uma doença de fácil transmissão e difícil falar da origem dos contaminados. Que possamos tomar os cuidados em relação à vacinação e qualquer sinal ou suspeita que busque a UBS. Nossas equipes estão sendo capacitadas, porque no início pode ser confundida com uma gripe”, frisou.

Entre os sinais que podem ser manifestados na pessoa estão mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. No estágio de maior gravidade a tosse fica severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração e provocar vômito e cansaço.

PROTEÇÃO DOS ADULTOS

Por conta do estado de atenção para a coqueluche no município será intensificada a vacinação de adultos que trabalham diretamente com crianças. No sábado (10) haverá um mutirão com a dose dTpa no posto do jardim Alvorada, na zona oeste, das 8h às 17h. Poderão procurar a proteção profissionais de saúde, trabalhadores de saúde que atuam com meninos e meninas até os quatro anos e funcionários da educação de berçários e creches que atendem crianças até esta mesma faixa etária, além de doulas.

É necessário levar o CPF, comprovante de vínculo com declaração da instituição e a carteira do conselho, dependendo da profissão. “O profissional de saúde é todo aquele que tenha um conselho e registro, como médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta ocupacional, farmacêutico, dentista. Os trabalhadores de saúde são da parte administrativa, mas de serviços que tenham diretamente contato com crianças até quatro anos de idade. Também tem a recomendação para os profissionais de educação, inclusive professores”, detalhou.

Quem não for no fim de semana pode ir até qualquer outra unidade das 7h às 19h de segunda a sexta-feira. “Todos os movimentos que o setor de saúde pública faz para incentivar a vacinação têm que ser acompanhados da conscientização da população para que consigamos chegar ao principal objetivo, que é proteger as pessoas e, consequentemente, evitar essa e outras doenças”, destacou.

Vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde; doença voltou a preocupar
Vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde; doença voltou a preocupar | Foto: iStock

COLÉGIOS

Aproveitando o debate atual sobre a vacinação, o município vai atender ao chamado do Governo do Estado e imunizar estudantes da rede estadual de ensino diretamente nos colégios, trabalho que está previsto para começar na semana que vem. “Cada unidade de saúde vai se organizar dentro do seu território para fazer a visita a essas escolas e para oferecer as vacinas de calendário. O foco principal nesse momento é a vacina da gripe, mas outras vacinas – dependendo da faixa etária - serão oferecidas, como da pneumocócica, HPV, da dengue.”

As famílias serão instruídas a encaminharem a carteira de vacinação do filho e a autorização para que recebam as doses. Na rede municipal este tipo de ação já acontece desde outubro do ano passado.