Após 18 dias de internamento, sendo 12 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Isabelly Ferreira, 23, recebeu alta do HU (Hospital Universitário) de Londrina na tarde do último sábado (8). Ela estava ala de queimados da instituição e já voltou para Jacarezinho (Norte Pioneiro), onde mora com a família e também é a cidade em que foi atacada, no momento que estava indo para academia.

A jovem foi atingida no rosto, na boca e no tórax por soda cáustica com água, crime cometido por outra mulher, de 22 anos, que foi presa dois dias depois e confessou. Débora Custódio alegou que foi atrás da vítima por conta de um suposto ciúmes e de comentários que ela teria feito no período em que namorou o ex-companheiro, que desde o início do ano está preso por roubo.

A responsável pelo ataque foi indiciada pela Polícia Civil por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e tentativa de feminicídio. O MP-PR (Ministério Público do Paraná) ofereceu denúncia contra Débora pela tentativa de homicídio, tendo como qualificadoras uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo fútil, emprego de meio cruel e feminicídio. A instituição ainda pediu o pagamento de danos materiais, morais e estéticos. A Justiça aceitou os apontamentos.

Em entrevista à RICtv Record, nesta segunda-feira (10), Isabelly mostrou que não ficou com nenhuma lesão aparente no rosto, mas machucados na boca e queimaduras nos seios. “Sentia muita dor. Parecia que minha pele estava queimando. Depois que cheguei no hospital, me colocaram na maca e não lembro de mais nada”, relatou sobre o dia do ataque. “Vi quem me atacou, mas não reconheci. Percebi que era uma mulher porque estava com batom vermelho, mas usava roupas masculinas. Jogou o produto e não disse nada”, contou.

Ela também afirmou à emissora que namorou o ex de Débora por cerca de um ano e meio, mas que separaram no começo deste ano, não tendo mais nenhum tipo de contato. “Acredito que as mensagens (alegadas pela Débora) podem ser antigas, quando nos relacionávamos ainda. Depois que separamos não tivemos contato por mensagem ou pessoalmente”, garantiu. “Fiquei entre a vida e a morte, tive infecção. Vejo que ela tentou me matar”, classificou.

DEFESA

Os advogados de Débora informaram que discordam do teor da denúncia apresentada pelo Ministério Público. “Após uma análise meticulosa dos fatos e das circunstâncias que envolvem o caso, consideramos que a denúncia carece de elementos essenciais para uma adequada representação do ocorrido. Além de ser exagerada é movida por comoção social”, classificaram Jean Campos e Laís Vieira.

A defesa da jovem, que está detida na cadeia de Santo Antônio da Platina, ainda afirmou que vai buscar no “tribunal do júri a desclassificação do crime de homicídio para o crime de lesão corporal.”