Imagem ilustrativa da imagem Incêndio em ponte pênsil de Ribeirão Claro  foi criminoso
| Foto: Divulgação/Departamento de Turismo de Ribeirão Claro

O incêndio que consumiu parte ponte pênsil Alves de Lima sobre o Rio Paranapanema, entre os municípios de Ribeirão Claro (Norte Pioneiro) e Chavantes, em São Paulo, teve origem criminosa. A confirmação é do chefe do Instituto de Criminalística em Londrina, o perito Luciano Bucharles, que descartou outras hipóteses, como o fato de um raio ter originado as chamas ou mesmo se houve um incêndio em alguma mata perto dali. O crime aconteceu no dia 6 de novembro.

“Depois de descartar todas as outras possibilidades só restou a parte da ação criminosa. A pessoa deliberadamente ateou as chamas na ponte. O que podemos dizer é que foi usado um acelerante, um catalisador líquido, para que as chamas se propagassem", detalhou Bucharles." O incêndio ocorreu em um lugar ermo e o relatório foi encaminhado à delegacia (de Polícia Civil) que irá tentar identificar quem pode ter provocado isso”, acrescentou.

Segundo ele, as chamas começaram no assoalho, e como a ponte não possui energia elétrica foi descartada a hipótese de incêndio provocado por este motivo. “Queimou toda a madeira. Não dá para fazer uma pesquisa mais aprofundada porque tudo o que tinha lá queimou”, destacou.

A ponte foi inaugurada em 1929 e possui 164 metros sobre o Rio Paranapanema. Ela é tombada pelos patrimônios históricos do Paraná e de São Paulo. Cerca de 40 metros da estrutura de madeira ficaram completamente destruídos.

O Instituto de Criminalística analisou e chegou à conclusão que a pessoa que ateou fogo à estrutura aguardou as chamas se alastrarem pela ponte, e só então decidiu fugir. A Polícia Civil ainda não sabe quem foi o autor do incêndio e pede para que a população denuncie qualquer pista pelo telefone 181.

PLANO EM CURSO

O chefe do Departamento de Turismo da Prefeitura de Ribeirão Claro, Marcos Rogério Nardo, afirmou que a ponte teve 40% de seu madeiramento destruído pelas chamas e que ainda não houve qualquer restauração ou conserto paliativo. “Como é uma ponte tombada pelo Patrimônio Histórico do Estado, deve ser o Estado que irá realizar essa restauração. Já há um plano em curso para captar recursos para reformar a ponte, mas até agora nada saiu do papel. Sei que alguns deputados federais também estão tentando viabilizar recursos para isso”, destacou.

Ele disse desconhecer qualquer reforma paliativa no local, para tentar recuperar pelo menos parcialmente parte dessa estrutura. “A gente sabe que foi criminoso, mas da nossa parte não temos como fazer nada. Era um atrativo de contemplação. Por ser um local histórico, a perda foi grande, até porque já houve outras vezes que a ponte foi destruída e foi recuperada, mas desta vez o estrago foi grande na parte da madeira. Onde o fogo passou destruiu tudo”, explicou.

Segundo Nardo, o local era um atrativo turístico e não era usado por moradores da região. “A maioria da população ficou triste. É um patrimônio histórico do município e do Estado. Todo mundo praticamente já passou por ali antes de construírem a ponte de concreto ao lado. Era a única ligação entre Ribeirão Claro e Chavantes. A gente fica pensando em como as pessoas fazem uma barbaridade dessas com um atrativo tão bonito. A gente vê esse episódio como lamentável."

PELO MENOS SEIS MESES

O chefe do departamento informou que está montando com representantes do governo estadual na região um plano para revitalizar a ponte e criar atrativos para o local. "São só estudos por enquanto”, observou. Segundo ele, o valor para recuperar o local deve ficar muito alto e em menos de seis meses essa restauração não deve ficar pronta, porque é preciso captar os recursos e há o trâmite da licitação.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Patrimônio Histórico do Paraná e por enquanto não há novidades relacionadas à vistoria da pasta no local e nem sobre o plano de recuperação do local. A partir da análise, o Patrimônio Cultural, juntamente com a secretaria de Obras do Estado, acionará as prefeituras dos municípios interligados pela ponte e fará a abertura do processo para restauração.