Fiscalização em ciclofaixas na Paranaguá e Santos começa nesta quinta
No primeiro momento, o trabalho integrado entre CMTU, PM e GM será educativo; a partir de segunda-feira, os condutores serão notificados
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 26 de outubro de 2022
No primeiro momento, o trabalho integrado entre CMTU, PM e GM será educativo; a partir de segunda-feira, os condutores serão notificados
Micaela Orikasa - Grupo Folha
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A partir desta quinta-feira (27), equipes da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Polícia Militar e Guarda Municipal darão início a um trabalho de fiscalização integrado nas ruas Paranaguá e Santos, região central de Londrina. Com a proibição do estacionamento sobre as ciclofaixas nestas duas vias, os condutores que não obedecerem à regra serão notificados. A penalidade configura em infração grave, gerando cinco pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 195,23.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (26), o major Celso Ramos, diretor de Trânsito da CMTU, explicou que neste primeiro momento a operação terá caráter educativo, “com a intenção de orientar os usuários que estavam acostumados a parar em cima da ciclofaixa. Esse trabalho começou com uma ampla divulgação na imprensa na semana passada e agora estamos concluindo a sinalização. A partir de segunda-feira (31) não haverá mais orientação e as providências necessárias serão tomadas”, afirma.
Ainda de acordo com Ramos, nos primeiros dias de fiscalização, caso o veículo esteja estacionado sobre a pista para ciclistas e o proprietário não seja identificado, “a CMTU terá que tomar as providências de autuação e remoção do veículo”. Em relação ao trabalho integrado, o diretor de Trânsito esclareceu que “a PM é constantemente chamada para trabalhar nestes locais, assim como a GM. Optamos por esse trabalho em conjunto para trazer maior segurança aos munícipes. Acredito na educação do povo de Londrina. Sabendo que há uma proibição naquele local, irão obedecer”, afirma.
Para o major Élio Boing, subcomandante do 5º BPM de Londrina, o trabalho integrado de fiscalização vem ao encontro das ações que a PM, em conjunto com a GM, vem constantemente realizando da região das ruas Paranaguá e Santos. “Somos muito demandados para aquela região, principalmente por ser de ‘vida noturna’ e temos também o problema dos moradores por conta do barulho que são produzidos por pessoas que frequentam esses locais. Estamos sempre atuando para que essa situação seja equacionada e para que as pessoas que querem frequentar os comércios tenham tranquilidade para estarem ali, sem incomodar o descanso das pessoas que residem naquela região”, diz.
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ESTACIONAMENTO PARA MORADORES
Anteriormente, a permanência de veículos nas ciclofaixas das ruas Paranaguá e Santos era liberada de segunda a sexta-feira, das 19h às 7h, e aos fins de semana, a partir das 14h de sábado. Com a proibição, não será permitido estacionar nestes espaços em nenhum horário. O pedido de proibição partiu do Grupo de Moradores da Rua Paranaguá e Entorno e foi aprovado pela CMTU.
A permissão para estacionar nas ciclofaixas em determinados horários tinha como principal motivo atender aos moradores. No entanto, Ramos explica que estudos realizados pela CMTU indicaram que o estacionamento nestes espaços não estava sendo utilizado pelos mesmos. “Com base nisso, no Plano de Mobilidade da cidade e com a orientação do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) de que devemos tratar isonomicamente aquelas vias, decidimos pela interdição completa de estacionamento, liberando para os ciclistas”, diz.
![Imagem ilustrativa da imagem Fiscalização em ciclofaixas na Paranaguá e Santos começa nesta quinta](https://www.folhadelondrina.com.br/img/inline/3220000/0x800/Fiscalizacao-em-ciclofaixas-na-Paranagua-e-Santos-0322429400202210261511.webp?fallback=https%3A%2F%2Fwww.folhadelondrina.com.br%2Fimg%2Finline%2F3220000%2FFiscalizacao-em-ciclofaixas-na-Paranagua-e-Santos-0322429400202210261511.jpg%3Fxid%3D5849945&xid=5849945)
Uma moradora da rua Santos diz que “o mais importante é garantir a segurança dos ciclistas. No outro lado da rua não vai mudar nada e todos poderão estacionar. Sinceramente, não acha que essa mudança irá atrapalhar ninguém”, comenta Jóia Torresan.
O comerciante Leandro Kikuchi possui vagas de estacionamento na frente de seu estabelecimento e comenta que não será afetado pela mudança. “Não sei se minha opinião seria diferente caso eu não tivesse vagas, mas o meu entendimento em geral é que se a faixa foi pensada para os ciclistas, não faz sentido estacionar sobre ela”, afirma.
ABAIXO-ASSINADO
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em Londrina coletou 756 assinaturas contra a decisão da CMTU. O presidente da Associação, Henrico Tamiozzo, explica que o abaixo-assinado já foi protocolado junto à CMTU e que a entidade tem a expectativa de se reunir com a direção da Companhia nos próximos dias, buscando uma reanálise da decisão.
“Essa medida está prejudicando tanto os bares e restaurantes, quanto o comércio todo da região. Além disso, os moradores irão receber visitas e elas não terão onde parar. Estamos conversando com todos e até agora nenhum ciclista veio reclamar sobre a maneira como estava funcionando anteriormente”, comenta.
No documento protocolado no início deste mês, a Abrasel ressalta que “desde a realização das referidas ciclofaixas nos trechos das Ruas Paranaguá e Santos, foi determinada a possibilidade de se utilizar para estacionar veículos, visando exatamente o interesse coletivo, do desenvolvimento constante dos comércios ali presentes, e maior conforto aos moradores que conseguem ter liberdade de estacionamento em horários de menor fluxo desta via pública. Por este motivo, observando que o Despacho Administrativo nº 2966/2022 pode ser revogado a qualquer momento, requer-se a sua revisão, a fim de que seja reconhecido o prejuízo que a medida causará à população local e, ainda, à economia do município, visto que afeta negativamente os moradores que ali residem, bem como, todos os estabelecimentos comerciais da região.”
De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, "tempos atrás foi dada a oportunidade para que os donos de estabelecimentos pudessem se manifestar. O estabelecimento comercial, quando ele vai ser implantado, o proprietário tem que formatá-lo pensando em todas as dificuldades e precisar criar condições adequadas para quem irá frequentar seu comércio. O que está acontecendo nesta região é que o pessoal abre um estabelecimento em uma área que também é residencial e quer jogar para o poder público a necessidade dele. Cada caso é um caso e deverá ser avaliado individualmente. Temos que ver o que de fato está acontecendo, mas essa demanda deverá ser individual”, diz.
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