Quatro donos de ferros-velhos foram presos em flagrante em Londrina por estarem com peças furtadas ou roubadas nos respectivos estabelecimentos. Dois pagaram fiança e já foram soltos. Eles foram alvos de uma operação desencadeada pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, que fiscalizou durante cinco dias seis comércios deste tipo na cidade. Em todos foram encontradas irregularidades. Os proprietários de dois locais não foram detidos porque não estavam no momento da verificação pelos policiais civis.

Durante as diligências foi usado um aparelho de leitura de módulos, com inteligência artificial, que cruzou dados para indicar quais objetos eram provenientes de crime. “Esse equipamento tem acesso ao banco nacional de veículos, aprovado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), e faz a leitura na hora”, destacou a delegada Lívia Pini. Os endereços dos estabelecimentos não foram divulgados.

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A Polícia Civil ainda localizou um galpão de desmanche de veículos. A investigação descobriu que o imóvel estaria sendo utilizado pelo proprietário de um dos ferros-velhos para desmonte de carros roubados e furtados. “Foram localizados veículos quase inteiros, mas ‘picotados’. Esses ferros-velhos não estão envolvidos somente com vendas de peças, mas certamente com o desmanche de veículos furtados e roubados”, comentou.

Um dos estabelecimentos foi interditado por estar com o alvará de funcionamento vencido. No entanto, a delegada deverá pedir à prefeitura que os outros cinco também sejam fechados. “Vamos solicitar a cassação dos alvarás. Fizemos o bloqueio de contas on-line, já que muitas peças eram vendidas on-line. A investigação continua para tentar descobrir a origem dessas peças. Sabemos que o Paraná é destino de peças que vêm do estado de São Paulo”, frisou.

PREJUÍZO MILIONÁRIO

Foram apreendidas mais de cem peças, avaliadas em R$ 120 mil, no entanto, a estimativa é de que o prejuízo para as vítimas seja bem maior, passando de R$ 1 milhão. “Aparentemente não vislumbramos vínculos entre os ferros-velhos, mas, certamente, existe um esquema, porque é interestadual. As peças são todas com alerta de fora”, alertou. Os investigados deverão responder por receptação e adulteração de identificação de veículo.