Apesar dos esforços estarem voltados há cerca de um ano para doses adicionais da vacina contra o sarampo, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) chama atenção para a necessidade de as famílias respeitarem a rotina do Programa Nacional de Imunizações. Até os 29 anos a pessoa precisar tomar as duas doses previstas, porém, o período correto é aos 12 meses de vida e aos 15 meses. De acordo com Acácia Nasr, a cobertura está abaixo do indicado, com 63% para a primeira dose e 64% para a segunda, num universo de quase 80 mil crianças. Na 17ª Regional de Saúde, que engloba Londrina e outros 20 municípios, os percentuais estão em 73% e 66%, respectivamente. Uma a três, a cada mil crianças doentes, podem falecer em decorrência de complicações da doença.

Imagem ilustrativa da imagem Cobertura vacinal do sarampo está abaixo do indicado para crianças no PR
| Foto: Vivian Honorato / N.Com

“Temos que aumentar a cobertura vacinal. Os pais devem levar as crianças, porque elas podem manifestar os estágios mais graves da doença. Como o vírus não estava circulando, deu a falsa sensação de todos estarem prevenidos. Somou-se a isso as notícias falsas sobre o tema”, apontou a médica.

O Paraná já teve no atual período epidemiológico, que começou no final de agosto do ano passado, 3.375 notificações de sarampo, com 1.839 casos e nenhum óbito. Curitiba tem 63% do total, com 1.168 confirmações. A faixa etária que concentra a maior parte das positivações vai de 20 a 29 anos (957). No Brasil já foram 5.642 casos da infecção neste ano, até o final de junho, em 21 estados.

Não existe tratamento específico para a doença. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas. “A única forma de proteção é a vacina, que é segura”, advertiu.

Num momento em que o mundo “luta” para encontrar uma vacina para a Covid-19, não se imunizar contra o sarampo, com algo que já existe há décadas, pode denotar incoerência. “A relação da população com a vacina é de ‘amor e ódio’. Muitos não querem, porque não convivem com a doença. Mas a hora que convivem, todos buscam. A vacina precisa ser usada para prevenir”, refletiu Sônia Fernandes, da Vigilância em Saúde de Londrina.