Cápsula do futuro é aberta no aniversário de 75 anos de Ibiporã

Ibiporã - Quantos sonham se realizam em 25 anos? Quais desejos para uma cidade e para a vida familiar se cumprem em um quarto de século? Essas foram algumas das respostas que a população de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) começou a responder nesta terça-feira (8). No dia em que o município comemora 75 anos de emancipação política, a cápsula do futuro vedada em novembro de 1997 foi aberta em uma cerimônia que contou com diversas autoridades e personagens que estavam no evento de fechamento.

O administrador Leonardo Grisotto tinha 14 anos na época em que escreveu uma carta projetando para o futuro uma família e um lugar feliz para morar. “Tudo isso se realizou e estar aqui é muito emocionante. Estou casado, tenho um filho de cinco anos, moro em um lugar bom”, comentou o ibiporãense, que atualmente vive em Florianópolis, Santa Catarina. Ele viajou para a abertura da cápsula após ver uma matéria no site da FOLHA sobre a festividade.

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A aposentada Marlene Freitas ainda traz na lembrança o período em que as cartas foram redigidas. “Trabalhava na secretaria de uma escola e foi feita uma grande mobilização na cidade”, recordou. Era mãe de duas filhas adolescentes. “Escrevi na carta o amor que sentia pela minha família. Coloquei bons sentimentos para minhas filhas. Deu certo, hoje elas estão bem”, celebrou. O esposo de Marlene, que faleceu em 2008, também fez um texto. “Será muito especial ver o que ele deixou de mensagem”, emocionou-se.

A estrutura tem dois metros de profundidade, foi lacrada e vedada, e os documentos colocados em plásticos e depois dentro de uma urna de madeira para que mantivessem a conservação por tantos anos.

MONUMENTO

A cápsula do tempo faz parte do monumento “Cinquentenário”, à margem da BR-369, na entrada de Ibiporã. O grande mosaico de concreto foi concebido pelo artista plástico Henrique de Aragão, que morreu em 2015. Ele contou com a ajuda do arquiteto e artista visual Agnaldo Adélio, que continua o legado de Aragão. “Na cápsula o Henrique quis dizer que é o poço, o início de tudo. Numa colonização, o que as pessoas fazem além do abrigo é ter água. A cápsula representa a fonte de água que começa uma vida”, destacou.

A obra que a cápsula integra representa as pessoas da cidade, o que foi representado por meio dos símbolos do zodíaco e elementos bíblicos. “Ele quis fazer uma sinuosidade que significasse as nossas terras. O monumento foi direcionado para o oeste, para que o pôr do Sol se encaixar. É um sentimento de nostalgia”, resumiu.

CATALOGAÇÃO

As fotografias, lembranças e as cerca de seis mil cartas serão organizadas e catalogadas na biblioteca pública. Posteriormente, vão ser colocadas em ordem alfabética para que sejam retiradas pelos destinatários ou representantes. A listagem com os nomes que constam nas cartas ainda deverá ser publicada nas próximas semanas no Diário Oficial do Município (www.ibipora.pr.gov.br/jornal-oficial/).

MENSAGENS PARA OS 100 ANOS

Enquanto revive a história, Ibiporã já visa o futuro. A comissão que cuida das celebrações, reunindo membros do Executivo, Legislativo e sociedade civil, decidiu fazer uma nova cápsula do futuro, para que as mensagens sejam lidas em 2047, no centenário. Os modelos de carta para escrita estão sendo confeccionados e ficarão à disposição dos moradores nos órgãos públicos ligados à educação, saúde e no comércio.

As urnas para receber as cartas serão recolhidas na semana do fechamento da cápsula, prevista para 17 de dezembro. “Que possamos nos tornar cada vez mais uma cidade de pleno emprego, renda, com qualidade vida. Que as pessoas tenham lazer, educação, saúde e aqui possam encontrar o ambiente para que realizem suas vidas e sejam felizes”, desejou José Maria Ferreira, que esteve presente no fechamento da cápsula como deputado estadual e agora é o prefeito da cidade.

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