Imagem ilustrativa da imagem Alunos de Londrina são premiados em Olimpíada de Matemática
| Foto: Divulgação

Um grupo de estudantes de Londrina está em festa. Dezesseis alunos da rede municipal de ensino faturaram as medalhas de ouro e bronze na Olimpíada Internacional de Matemática e do Conhecimento. O evento foi organizado pelo Instituto Alpha Lumen, em parceria com a Hope Cup International, e contou com a participação de mais 4,6 mil crianças adolescentes do 4º ano do fundamental até o 1º ano do ensino médio, de quatro países. A divisão foi feita entre escolas privadas e públicas, somando 230 instituições.

Os alunos londrinenses do 4º e 5º ano formaram duas equipes, denominadas de Esquadrão Inteligência e Pequena Londres, que ficam em terceiro e primeiro lugar, respectivamente. São meninos e meninas que fazem parte da sala de recursos para altas habilidade/superdotação do município. “Entramos despretensiosamente, para conhecer. Prova muito boa, envolvia conhecimento gerais e matemática. Na equipe tinha seis estudantes para conhecimentos e dois para matemática”, explicou a professora Fabiane Chueire Cianca, que coordenou os grupos.

As provas da olimpíada aconteceram de forma remota e em duas etapas. A primeira fase era formada por dez questões e a segunda por outras cinco. “Eram perguntas variadas, traziam números e passava para matemática. Na preparação envolvi as famílias, treinei o modelo da prova”, contou. Os estudantes ainda se destacaram entre todos os times do grupo, recebendo a menção de nível diamante.

TRABALHO EM EQUIPE

Integrante do grupo Londres, Amanda Lane Das Mercês, 9, é aluna da escola municipal Bartolomeu de Gusmão, na zona leste. Na visão dela, o trabalho em equipe foi fundamental. “Foi algo bem novo. A primeira fase foi a que mais consegui ajudar. Já a segunda foi mais difícil e fomos nos ajudando para resolver. Tinha assuntos que não tínhamos aprendido ainda e pedi para a professora mandar vídeo para ir estudando”, explicou.

Amanda tem facilidade em produção de texto, artes e esportes físicos. Desde os primeiros anos de vida já demonstrou conhecimento superior aos demais colegas, sendo diagnosticada com superdotação. “Desde a creche as professoras falavam que ela estava à frente. Terminava as tarefas dela e ajudava os outros. Tanto que ela disse que quer ser professora. Na 1ª e 2ª série víamos a facilidade. Mesmo que não era a ‘praia’, estudava e conseguia entender rápido”, contou a mãe, Soraia Lane Silva Penha Das Mercês.

EMOÇÃO

Para Lucas Lima da Cruz, 11, a conquista foi emocionante, mas também difícil. “As equações eram bem avançadas para nossa idade”, constatou o estudante do 5º ano da escola municipal Maestro Roberto Pereira Panico, na região leste. “Tenho mais habilidade em matemática, inglês, geografia e ciências. Desde pequeno era curioso e pesquisava o que tinha dúvida e fui aprendendo vários temas. As professoras viram que sabia além da minha idade e me enviaram para o núcleo de atividades de altas habilidades/superdotação.”

Mãe de Lucas, Regina Lima da Cruz mostra orgulho com as conquistas do filho mais novo. “Ele foi um milagre de Deus para nossa família. Quando ainda estava aprendendo a falar, aos dois anos, já começou a entender o alfabeto. Depois aprendeu inglês e hoje está estudando japonês”, valorizou.

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DESDE 2007

A sala de recursos para altas habilidade/superdotação na rede municipal existe desde 2007. O serviço faz parte da educação especial e está amparada por legislação federal. Os alunos se reúnem cerca de duas vezes por semana, sempre no contraturno, no CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Clélia Regina de Almeida Zotelli, área central. Atualmente são 30 meninos e meninas acompanhados.

O processo de identificação de um estudante com altas habilidades começa ainda na instituição de origem. “É um processo longitudinal. Na sala de aula o professor começa a observar, recebemos as informações e vamos acompanhando, conhecendo o potencial, investindo na área em que se destaca e provocá-lo para ver se tem habilidade em outras áreas que não sabemos. São aplicadas provas, feitas checagens. É um diamante que temos na mão e precisa ser lapidado”, ressaltou Fabiane Chueire Cianca, que coordena a sala.

De acordo com a docente, que atua há 15 anos nesta área, a teoria classifica a superdotação em três “anéis”: habilidade acima da média, comprometimento com a tarefa e criatividade. Além disso, são cinco tipos de superdotação: intelectual, acadêmica, social, psicomotora e artística. “Requer comprometimento da família”, informou.

Diferentemente do que esse desenvolvimento acentuando pode levar a pensar, crianças com altas habilidades não se sobressaem em tudo. “Não é que esses alunos não erram nunca. Eles têm altas habilidades em uma determinada área e nisso são bons, se destacando no ambiente que estão inseridos. Na sala de recursos encontram os pares, aqueles que podem conversar sobre buraco negro, Era Mesozoica.”