O curso “Italiano para a cidadania e certificação” começa na próxima segunda-feira (23) e será ofertado pela Associação Cultural Italiana I Bravissimi de Londrina – www.ibravissimilondrina.org –, entidade sem fins lucrativos com foco na aprendizagem da língua e da cultura italiana. O curso é um preparatório da língua italiana para quem tem interesse em conquistar a certificação B1, que viabiliza a cidadania italiana por matrimônio e também garante o conhecimento exigido para quem pretende estudar na Itália.

Imagem ilustrativa da imagem Abertas inscrições para o curso 'Italiano para a cidadania e certificação'
| Foto: iStock

Hylea Ferraz, presidente da Associação I Bravissimi, explica que a entidade decidiu oferecer o curso de com base na realidade do descendente italiano hoje, que sabe pouco sobre a cultura de seus antepassados e a maioria não tem conhecimento intermediário da língua.

“O curso, que será on-line, pode ser feito por associados e não associados da entidade e também por não descendentes de italianos, que vão exercer funções, cargos na Itália, aperfeiçoar estudos naquele país ou pleitear a naturalização por matrimônio. Já o descendente, além de estar preparado para a certificação nos casos de estudo e trabalho, terá um conhecimento maior da sua história”, afirma.

PROCURA POR CIDADANIA

Registros mostram que 40% da população paranaense têm descendência italiana. Segundo o vice-cônsul honorário da Itália no Paraná, Bruno Veronesi, até os anos 80 não havia muita procura pela cidadania italiana. A busca pelo reconhecimento da cidadania começou a crescer na segunda metade da década de 80, com a economia em crise e a procura de emprego no exterior pelo brasileiro.

“Quando assumi o vice-consulado em 2008, havia 27 mil italianos reconhecidos na circunscrição Paraná e Santa Catarina. Hoje, este número chega a 150 mil reconhecimentos, sendo que ainda há perto de 50 mil solicitantes em fila de espera. Acredito que 30% deste volume são do Norte do Paraná”, informa Veronesi.

JÁ NASCE ITALIANO

O vice-cônsul esclarece que a constituição italiana traz que todo descendente de italiano já nasce italiano, sendo que o processo de solicitação é de reconhecimento da cidadania e a certificação B1 não é exigida para o descendente e sim desde 2018, para o cônjuge que deseja obter a naturalização italiana, mas complementa, “a língua de um povo faz parte da cultura, quando você aprende a língua você aprende a cultura”.

Veronesi coloca que cerca de 10% dos que possuem a cidadania italiana entendam a língua e 5% falem italiano, tanto primeira quanto segunda geração. “Sempre aconselho no caso da naturalização por matrimônio que o casal faça junto um curso e quem já é reconhecido, que estude pelo menos o básico”.

CERTIFICAÇÃO B1

A certificação B1 é reconhecida pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália como atestado de proficiência em língua italiana e é aceita em várias instituições e universidades no Brasil e no exterior. A certificação é uma aliada e em muitos casos condição para a solicitação de bolsas oferecidas pelo governo italiano ou instituições acadêmicas públicas e particulares na Itália.

Vanessa Araújo, diretora da I Bravissimi, coordenadora da equipe pedagógica que mininistrará aulas no curso, explica que, além do ensino da língua e cultura italiana, o aluno terá conhecimento dos vários tipos de testes que são oferecidos para a obtenção da certificação tanto no Brasil, quanto na Itália. E exemplifica: "quem precisa comprovar a proficiência italiana para cidadania por casamento poderá optar pela prova CILS B1 CITTADINANZA da Universidade de Siena (Itália), que contempla apenas a oralidade (fala)”.

“As aulas on-line abrem um leque para que pessoas do país todo possam se preparar para a certificação em um curso como este. Em um de nossos grupos estamos atendendo alunos de outras cidades e estados. Para quem necessita da certificação para a naturalização por matrimônio é uma grande oportunidade”, reforça.

INÍCIO EM 1870

A imigração no Paraná iniciou por volta de 1870, como em todo o Brasil. Além dos imigrantes vindos direto da Itália para o Sul do Estado, Curitiba e Oeste do Paraná têm também a influência de colonos gaúchos e catarinenses.

Já a imigração no Norte do Paraná é essencialmente paulista e mineira. Os italianos que chegaram às fazendas de café nestes estados para trabalharem como colonos, depois, na década de 30, vieram para o Norte do Estado.

O Brasil recebeu entre 1870 e 1970 cerca de 1 milhão e meio de italianos. A imigração da Itália para o Brasil começou a cair por volta de 1902, quando o governo italiano deixou de subsidiar a vinda de imigrantes para o Brasil (decreto Prinetti).

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